Não há coisa mais óbvia do que resultados eleitorais. Ainda mais se for após as eleições. Tirando facadas e atentados, normalmente os resultados são 100% previsíveis.
A sociedade tem 3 lados claros: 2 mais aos extremos, que chamo “pontas” (de 20 % cada) e um meio, muito maior, de 60% do todo.
Podem variar um pouco, mas a regra geral, é esta ! E se o candidato do meio já é o favorito e já está no cargo, portanto tem as máquinas públicas e “impren$a” ajudando, resta as “pontas”, uma única opção: ou sinaliza algo para a ponta antagônica (já que os lados de uma bola, quais sejam eles, também são bola) ou no 2º Turno, vão perder por óbvio as eleições.
Claro que uma ponta qualquer estará mais próxima do centro do que da outra ponta oposta. Assim, a atração natural ideológica, no 2º Turno, levará o voto da ponta excluída no 1º turno, invariavelmente, a votar muito mais no centro. Claro como algodão.
Ou se divide uma parte do centro, ou se une as pontas, ou o Centro-Voraz tende, sempre, a ganhar. Facadas a parte, os resultados majoritários se repetem.
Pontas lacram nas curtidas.
Na “real política”, são tidas como “malvadas favoritas”. Boas para serem derrotadas. A tarefa do centro se resume a “escolher e incentivar”, com todas suas força$, a ponta mais isolada para o 2º turno. Ponto! Resultado garantido e a sensação de invencibilidade.
E devagar, vão “trabalhando”, (cláusulas de barreira, tempo de tv e fundos eleitorais) para ficar tudo com “cara de centro expandido”… Assim, nem pequenos riscos correm. A continuarmos errando, vão sobrar 3 partidos : PCJ (partido do centro jovem) PCC (partido do centro centro) PCV ( partido do centro velho).
Temos o direito de ficar perdendo ? Afinal, quem perde não conta a verdadeira história da guerra…. nem muda realidades.
Política não é Centro Acadêmico. Quando perdemos, erros permanecem acontecendo, injustiças se consagram, mentiras se revelam, gente passa fome!
Nossa imaturidade juvenil, o tempo com certeza, consertará (como dizia o meu velho amigo Dr Arraes). Já aqueles que realmente precisam de nossa sensibilidade social nos governos, estes, provavelmente não terão tempo ou saúde para esperar nosso amadurecimento.
Até quando José?
Até lá…
…segue o jogo Arnaldo !
Márcio França (PSB) é advogado, ex-governador de São Paulo, e ex-deputado federal (2007-2011).