
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (12) que o governo federal não pode ser escravo do mercado financeiro. A fala vem após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrar irritação com as reações do mercado depois das declarações feitas na noite da quinta, durante transmissão em suas redes sociais.
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“Temos 40 milhões de brasileiros que estão em uma situação difícil, ainda estamos na pandemia. O presidente é obrigado a decidir para auxiliar essa gente. Se ele disse que não vai auxiliar, ele vai tomar pau. Se ele diz que vai auxiliar, ele vai tomar pau também. É uma situação difícil”, disse.
Mourão acrescentou ainda que a expectativa do governo é que, em três ou quatro meses, o país tenha uma produção de vacina capaz de permitir um processo de imunização consistente da população.
Temor do mercado
A preocupação de investidores a qual Bolsonaro se refere é em relação aos efeitos nas contas públicas que poderá ter uma extensão do auxílio emergencial. Apesar da suspensão do benefício, uma nova onda de contaminações da Covid-19 tem trazido a necessidade da renovação das políticas de isolamento, o que deixa os trabalhadores que dependem da circulação de pessoas em um impasse.
Novos pagamentos, porém, não cabem no orçamento federal, o que traz a necessidade de um novo orçamento de guerra para que o teto de gastos não seja comprometido. O orçamento de guerra foi uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso em maio de 2020, que separa os gastos com a pandemia do Orçamento Geral da União.
“Governo e Congresso estão buscando uma solução. Em linhas gerais ou você faz um crédito extraordinário, aí seria o tal do orçamento de guerra, ou corta dentro do nosso orçamento para atender as necessidades. Não tem outra linha de ação fora disso”, disse.
Alta no valor de combustíveis
O vice-presidente comentou também sobre a promessa do presidente de anunciar um projeto que reduza o ICMS, imposto estadual, cobrado nos combustíveis.
“Vai ter que ser decidido dentro do Congresso. É lei, lei tem que ser decidido lá dentro e mexe com os estados. Presidente está buscando uma solução para o preço do combustível que todo mundo que enche o tanque do carro sabe que está um pouco salgado”, disse.
Segundo ele, os avanços dos preços nesse setor são fruto de dois problemas: os preços internacionais, que se recuperaram e, com a desvalorização do real frente ao dólar. No ano passado, a moeda brasileira acumulou perda de quase 30% em relação à moeda estadunidense.
Com informações da CNN Brasil