Para o presidente do instituto Ideia Big Data, Mauricio Moura, a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que acabou com a operação Lava Jato deve ter pouco ou quase nenhum impacto na avaliação da sua popularidade. As informações são da BBC News Brasil.
Segundo o pesquisador, isso se dá não porque o eleitorado brasileiro que se preocupa com a corrupção já havia abandonado Bolsonaro no começo deste ano. Ou seja, apesar ter sido eleito com grande expectativa de combater a corrupção, o tema hoje já não influencia tanto como antes na sua popularidade.
Ao longo do seu mandato, sobretudo em 2020, teria havido uma “troca” de eleitores. Moura diz que os cerca de 10% a 15% dos brasileiros que apoiavam Bolsonaro deixaram de fazê-lo. Entre os motivos, está a saída do ex-juiz Sérgio Moro e acusação de interferência na Polícia Federal.
No entanto, enquanto tudo isso ocorria, o governo federal começou o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, o que teria conquistado a aprovação de uma camada que corresponde a algo entre 20% e 22% do eleitorado.
“Bolsonaro trocou o apoio da classe média pelo segmento popular, que é muito mais pragmático no que espera dos políticos. Essa parte da população já parte do pressuposto de que todo político é corrupto, e está mais interessada em saber o que o governo federal vai fazer pela sua saúde, educação e, agora, no futuro do auxílio emergencial”, diz Moura, em entrevista à BBC News Brasil.
Esse mesmo movimento de “troca de eleitor” permite que Bolsonaro mantenha o patamar de popularidade do começo do ano — pouco acima de 30%.
Política econômica em 2022
Ainda segundo Moura, tudo indica que o grande tema que definirá a eleição em 2022 é a política econômica do governo, e não a corrupção. Outra mudança no cenário para as próximas eleições é a perda da importância dos partidos políticos.
O Ideia Big Data lista cinco pessoas que lideram pesquisas espontâneas para a eleição presidencial de 2022, na seguinte ordem: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Sergio Moro, Ciro Gomes e Luciano Huck.
De todos os listados, apenas dois (Ciro, PDT, e Lula, PT) são filiados a algum partido. Huck e Moro sequer concorreram a cargos públicos em eleições, e Lula está inelegível.
Com informações da BBC News Brasil