ACM Neto (DEM) afirmou que o partido não irá apoiar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022. Em jantar na noite da última terça-feira (9), no Palácio dos Bandeirantes, junto ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e lideranças do partido, o presidente do Democratas disse ainda que avalia apoio a Doria na disputa presidencial.
O jantar, segundo Doria, “foi produtivo, sereno e equilibrado”: “Ouvimos de ACM Neto que DEM não apoia nem apoiará governo Bolsonaro”. No início de fevereiro, ACM Neto declarou que não tinha compromisso com o governador de São Paulo, mas que não descartava nenhuma opção, incluindo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), inclusive de ser seu vice.
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ACM Neto busca conter a crise no DEM após Rodrigo Maia (RJ) anunciar que deixará o partido. Maia já sinalizou a troca de legenda com intenção de enfrentar Bolsonaro nas urnas, o que poderia levar a uma debandada de outros parlamentares.
Segundo o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), ACM Neto foi “respeitoso” em relação a Maia e não cobrou Doria pelo convite feito ao deputado para que o ex-presidente da Câmara se filiasse ao PSDB. Garcia também avalia entrar para o partido e concorrer, como tucano, à reeleição em São Paulo.
Rodrigo Maia chegou a acusar ACM de Neto de traição, ao dizer que “mesmo a gente tendo feito o movimento que interessava ao candidato dele no Senado (Rodrigo Pacheco/DEM-MG), ele entregou a nossa cabeça numa bandeja para o Palácio do Planalto”
Processo eleitoral não é prioridade
Em nota divulgada à imprensa na tarde desta quarta-feira (10), ACM Neto afirmou que “não permitirá, neste momento, que aconteça qualquer debate interno sobre o processo eleitoral de 2022”. Sem mencionar a reunião com Doria ou a hipótese de apoiar a candidatura do tucano na eleição do ano que vem, o presidente do Democratas disse que “esse assunto não compõe a agenda prioritária” do país nem da sigla.
O texto, assinado pela Executiva Nacional da legenda, afirma que “é hora de concentrar todos os esforços no combate à pandemia, na vacinação da população brasileira e na votação das reformas e pautas que podem garantir a retomada do crescimento econômico do Brasil e a geração de empregos”.
A nota ressalta ainda que “tal como vem acontecendo desde o início de 2019, o Democratas mantém sua posição de independência em relação ao governo federal, não estando sequer sob discussão partidária, qualquer posição diferente desta”.
Com informações do Estadão