O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou, por mais 90 dias, o prazo do inquérito que investiga a existência de uma milícia digital que atua na propagação de fake news e ameaças à democracia.
De acordo com as investigações, a organização criminosa pretende desestabilizar as instituições. Para isso, utiliza uma rede virtual de apoiadores que atuam de forma sistemática.
Esta é a segunda vez que o inquérito é prorrogado. A primeira foi em outubro de 2021.
As investigações tiveram início em junho de 2021 e é um desdobramento da ação desencadeada pela Polícia Federal (PF), em maio, quando foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão em cinco estados.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao blogueiro foragido Allan dos Santos, o empresário bolsonarista Luciano Hang, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que está preso, e Sara Winter, ativista da extrema direita que atacou o Supremo com fogos de artifício, entre outras pessoas.
Paralelamente a isso, Moraes também declarou guerra às milícias digitais no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante a votação que absolveu da cassação a chapa Bolsonaro-Mourão, em outubro do ano passado. O ministro faz parte das duas cortes.
Em seu voto na Corte eleitoral, ele se referiu às “milícias digitais” e sua atuação nas redes para desestabilizar o sistema eleitoral e a democracia.
“O lapso temporal pode ser impeditivo de uma condenação, mas não é impeditivo da absorção, pela Justiça Eleitoral, do modus operandi que foi realizado, e que vai ser combatido nas eleições 2022. Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado. E as pessoas que assim fizerem irão para a cadeira por atentar contra as eleições e a democracia no Brasil”, alertou Moraes no julgamento.
Com informações do Brasil 247