O Amapá chegou nesta sexta-feira (6) ao quarto dia de apagão, com falta de energia em 13 dos 16 municípios do estado. O problema afetou hospitais, postos de gasolina, gerou desabastecimento e agora provoca disputa política.
A falta de eletricidade começou gradualmente na última terça-feira (3), quando um incêndio atingiu uma subestação de energia na região da capital. O desligamento de energia foi necessário por conta dos problemas nos transformadores. Segundo o portal G1, há relatos de pessoas tentando estocar água potável, o que lotou alguns estabelecimentos comerciais.
Com o transtorno em meio as eleições municipais, candidatos começaram a trocar acusações. As pesquisas de intenção de voto mostram certa vantagem para Josiel Alcolumbre (DEM), candidato a prefeito de Macapá e irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). Porém, com o apoio do atual prefeito da capital, Clécio Luis (sem partido), e do governador, Waldez Goes (PDT), ele passou a receber as reprimendas pela desordem.
Pelas redes sociais, o deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP), filho de João Capiberibe (PSB) e que disputa a Prefeitura de Macapá contra Josiel, afirmou que foi pedido uma investigação sobre o caso. Segundo ele, a gestão da Eletronorte no Amapá é indicação do presidente do Senado.
Ajuda do governo federal
Alvo das reclamações, Davi Alcolumbre pressionou o governo Bolsonaro, que agora busca ter uma boa relação com o Poder Legislativo. Após serem acionados, o Palácio do Planalto ofereceu suporte ao seu e determinou a criação de um gabinete de crise. Além disso, a equipe do Ministério de Minas e Energia (MME), incluindo o titular da pasta, Bento Albuquerque, viajaram até a capital amapaense.
A assessoria de imprensa do presidente do Senado negou ao jornal Valor Econômico que ele seja responsável pelas indicações na Eletronorte. Além disso, assessores próximos de Alcolumbre rebatem as críticas de que ele seria responsável pelo “sucateamento” da energia no Estado.
Adiamento das eleições
A crise também trouxe ao debate o adiamento do primeiro turno das eleições, previsto para o dia 15 de novembro. O grupo político do ex-governador João Capiberibe pedirá ao Tribunal Regional Eleitoral que avalie a remarcação do pleito. Além do apagão, o aumento de casos de Covid-19 nas últimas semanas também reforça o pedido.
A emenda constitucional (PEC) que adiou as eleições no Brasil este ano, de outubro para novembro, prevê que, caso municípios e Estados não tenham condições de realizá-las na data prevista, estas podem ocorrer até 27 de dezembro. “O TRE precisa fazer uma avaliação concreta da viabilidade da eleição daqui a dez dias”, alerta Camilo.
Com informações do G1 e Valor Econômico