O número de alertas de desmatamento na Amazônia aumentou 51,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A análise do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) tem recorte entre os meses de janeiro e março de 2020, registra o Globo.
A floresta segue ameaçada com previsão de danos a uma área com 796 km2. Em 2019, foram 525,63 km2 no mesmo período.
E a situação vai de mal a pior, como informa o jornal, uma vez que o índice divulgado em 2020 se fixou como o maior desde 2016, ano em que os alertas de desmatamento começaram a ser emitidos pelo Inpe.
Para se ter uma ideia, os alertas medidos no primeiro trimestre de 2016 abrangeram uma área de 643,83 km2; em 2017 o registro foi de 233,64 km2, e, em 2018, de 685,48 km2.
Esses alertas subsidiam operações de órgãos de fiscalização, como o Ibama. A taxa de desmatamento é calculada por outro índice, o Prodes, divulgado anualmente.
Críticas
Contudo, esse monitoramento guarda a contradição de um governo que estimula a grilagem, inclusive por meio de medida provisória, como critica o secretário executivo do Observatório do Clima, Mareio Astrini.
Ele atribui ao atual governo o aumento recorde dos alertas às “políticas do atual governo”.
“ Mesmo ciente do avanço do desmatamento, o governo estimula uma medida provisória que favorece a grilagem e o Congresso estuda um projeto de lei que viabiliza a mineração em terras indígenas”, critica Astrini.
O ativista ambiental avalia que “a floresta está abandonada e não há um efetivo para protegê-la”, de acordo com ele, “só conseguiremos evitar um aumento radical na devastação com medidas extremas, como enviar o Exército para a Amazônia”.
Caso contrário, disse ele, é “esperar que os grileiros peguem coronavírus e sejam internados, já que eles continuam em atividade”, desabafou.