A questão racial será o tema do debate da live desta quarta-feira (12), às 19h, da série “Revolução Brasileira no Século 21”. O convidado desta edição é o mestre em cultura e sociedade Zulu Araújo que milita no movimento negro desde 1979. Arquiteto, doutorando em relações internacionais, Araújo foi presidente da Fundação Palmares e dirigiu o Grupo Cultural Olodum durante 10 anos.
A série de lives integra as discussões sobre a Autorreforma do PSB e é promovida pelo Instituto Pensar, o site Socialismo Criativo e o PSB. O evento também contará com a presença do presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira; do membro do Diretório Nacional do PSB, Domingos Leonelli; e da integrante da direção da Juventude Socialista Brasileira (JSB) Juliene Silva. A mediação será feita por James Lewis.
Assista pelo YouTube do PSB.
Quem é o convidado
Zulu Araújo nasceu em Salvador (BA), é gestor cultural e preside o Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia. Milita no movimento negro desde 1979. Zulu observa que a questão racial é estruturante parar qualquer transformação na sociedade brasileira. E estrutura todas as relações no país – sejam elas econômicas, políticas, sociais. Não teria como ser diferente em um país que viveu mais de 300 anos na escravidão.
“A escravidão não é algo que aconteceu por acaso. É uma etapa do desenvolvimento do modo de produção capitalista. E encontrou no Brasil ambiente perfeito para seu desenvolvimento. E mais do que nunca, com o neoliberalismo, esse espírito racista se manifesta com muito maior veemência porque a desigualdade é fundamental para a implementação do neoliberalismo.”
Zulu Araújo
“É impossível termos uma verdadeira revolução no século 21 no Brasil sem passar a limpo a questão racial no Brasil”, enfatiza Araújo. Também serão discutidas a chacina no Jacarezinho, o assassinato de dois jovens que teriam sido entregues a traficantes por furtarem carne em um supermercado de Salvador (BA), além do surgimento e desenvolvimento das milícias no Rio de Janeiro.
Luta antirracista na Autorreforma
Leonelli, que integra a comissão redatora da Autorreforma do PSB e participará do debate, analisa o contexto da luta antirracista na história do Brasil.
“Como último país a abolir oficialmente a escravidão, o Brasil ainda está longe de ser uma democracia. Nós compreendemos que a luta antirracista está indissoluvelmente ligada à uma estratégia civilizatória de igualdade social pela qual o Partido Socialista Brasileiro luta.”
Domingos Leonelli
Autorreforma do PSB e a Revolução Brasileira
Caio da Silva Prado Júnior foi um historiador, geógrafo, escritor, filósofo e político. Autor do livro “A revolução brasileira”, lançado em 1966, ele iniciou uma tradição historiográfica identificada com o marxismo, buscando uma explicação diferenciada da sociedade colonial brasileira.
“A teoria da revolução, para ser algo de efetivamente prático na condução dos fatos, será simplesmente – mas não simplisticamente – a interpretação da conjuntura presente e do processo histórico de que resulta. Processo esse que na sua projeção futura dará cabal resposta às questões pendentes. É nisso que consiste fundamentalmente o método dialético. Método de interpretação, e não receituário de fatos, dogma, enquadramento da evolução histórica dentro de esquemas abstratos preestabelecidos.”
Caio da Silva Prado Júnior
Ciclo de debates sobre a Revolução Brasileira
A live também será transmitida pelo Facebook do PSB e do Socialismo Criativo. Já participaram do ciclo de debates o deputado constituinte Hermes Zaneti, os economistas Marco Antonio Cavalieri e Luiz Gonzaga Belluzo, o geógrafo Elias Jabbour, o professor José Luiz Borges Horta e o socialista e ex-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Jonas Donizette.