
Segundo estudo do Banco Mundial, realizado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), os brasileiros na faixa dos 40% mais pobres, ou seja, 85 milhões de pessoas, começaram este ano de pandemia da Covid-19 sem terem recuperado a renda que tinham antes da recessão iniciada em 2014, no final do governo Dilma Rousseff. As informações são da DW Brasil.
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De 2014 a 2019, a renda dos 40% mais pobres caiu, em média, 1,4% por ano. No mesmo período, a renda média dos brasileiros como um todo cresceu 0,3% ao ano. Caso a evolução da renda tivesse beneficiado igualmente todas as faixas da população, no começo de 2020 haveria 13 milhões de brasileiros a menos na pobreza e 9 milhões a menos na pobreza extrema.
Para o Banco Mundial, aqueles com uma renda per capita menor que 499 reais por mês vive na pobreza, e a pobreza extrema atinge quem tem menos de 178 reais per capita por mês. Apesar do alívio temporário causado pelo auxílio emergencial, muitos voltarão à situação anterior após o fim do benefício, em dezembro.
A queda da renda do trabalho dos homens, responsáveis pela maior parte da renda na maioria dos lares brasileiros foi responsável por três quartos da alta da pobreza e da pobreza extrema e por três quartos da alta da desigualdade de 2014 a 2019.
“O tipo de trabalho normalmente disponível para quem está na base da distribuição são os trabalhos informais, com menos proteção, mais voláteis.”, afirma Gabriel Ibarra, economista sênior do Banco Mundial especialista em pobreza no Brasil.
Líder do pior desempenho da América Latina
Em quadro comparativo da evolução da pobreza extrema, da pobreza e da desigualdade entre os países da América Latina no período de 2014 a 2018, o Brasil lidera os três índices.
Além do Brasil, apenas Honduras e Equador também tiveram aumento de desigualdade no período; Argentina e Equador registraram aumento da pobreza; e Argentina, Equador e Honduras tiveram alta da pobreza extrema — todos em menor grau do que o Brasil.
Com informações do DW Brasil