Lançado em 10 de julho, o novo estudo do Grupo Banco Mundial traz análises que visam contribuir para o diálogo contínuo sobre políticas públicas em resposta à pandemia. Além disso, a pesquisa aborda a crise econômica a fim de ajudar os formuladores de políticas públicas a elaborar medidas para o futuro.
O documento considera dados e políticas adotadas até 25 de junho e avalia os impactos para a população mais pobre e vulnerável, pequenas e médias empresas, governos subnacionais, setor de infraestrutura, setor financeiro, aprendizagem e educação entre outros. Além disso, busca identificar possíveis medidas que possam tratar as vulnerabilidades remanescentes no combate à pandemia.
Acesse aqui o estudo completo “COVID-19 no Brasil: Impactos e Respostas de Políticas Públicas”.
Pandemia no Brasil
A pandemia da Covid-19 está expondo o Brasil a um desafio sem precedentes. Para contê-la, o país implementou medidas para retardar a propagação do vírus e evitar sobrecarregar o sistema de saúde. Embora o Brasil tenha um dos sistemas de saúde mais robustos da América Latina, a capacidade é bastante desigual em todo o país.
A propagação do vírus em áreas mais pobres e com menor capacidade de atendimento médico, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, apresenta uma ameaça à capacidade de resposta do sistema aos aumentos da demanda por serviços. Isso aumentaria a pressão sobre o sistema de saúde pública já superlotado, colocando em risco mais vidas, particularmente entre os pobres e vulneráveis.
Mesmo antes da crise, o Brasil não havia se recuperado totalmente da recessão de 2015/16 e o espaço fiscal era limitado. Conquistas importantes para colocar o país no caminho da reconstrução de suas reservas fiscais, como a aprovação do teto dos gastos de 2016 e a reforma da previdência de 2019, não tiveram tempo suficiente para dar frutos antes da Covid-19 assolar o mundo e o Brasil.
Choques na saúde e na economia
A pandemia, e a consequente resposta da política de saúde, resultaram essencialmente em dois choques para o Brasil. Um choque externo, incluindo demanda e preços externos. O outro, um choque interno, pois a demanda e a oferta foram afetadas pela decisão dos consumidores de evitar interações físicas, como pelas restrições sobre as atividades econômicas impostas para evitar o contágio.
Além disso, como exportador líquido de petróleo, o Brasil também foi atingido pelo choque no preço dessa commodity. Devido a uma forte queda na demanda, os preços do petróleo caíram pela metade, e alguns contratos chegaram a números negativos em abril de 2020. O resultado desses três choques é a maior recessão já registrada no Brasil.
Com informações da ONU.