Na manhã deste sábado (10), Jair Bolsonaro (sem partido) concedeu entrevista à Rádio Gaúcha. O presidente confirmou que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) pediu uma reunião com ele em Brasília, no entanto, não confirmou o teor do encontro e disse que o deputado “pediu uma audiência para conversar sobre vários assuntos”.
“Não me reuni. Ele pediu uma audiência para conversar comigo sobre vários assuntos. Cara, você vai ouvir o que eu quero falar. Eu não respondo sobre reunião. Eu tenho reunião com cem pessoas por mês, dos assuntos mais variados possíveis. Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência imediatamente. Tomei providência nesse caso.”
Jair Bolsonaro
Socialistas reagem às declarações de Bolsonaro
Logo após a entrevista do presidente, parlamentares socialistas reagiram às declarações de Bolsonaro pelas nas redes sociais.
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), também repercutiu a fala do presidente da República pelas redes sociais. O socialista destacou que “denunciar esquema de corrupção não é uma opção do presidente: é um dever”.
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), questionou sobre o interesse do presidente em esconder as irregularidades reveladas pela CPI da Pandemia no Senado.
Escândalo Covaxin foi exposto na CPI
O servidor público Luis Ricardo Fernandes Miranda, denunciou irregularidades no processo de compra da vacina da Covaxin na CPI da Pandemia. Junto com o irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disseram ao colegiado que relataram a Bolsonaro, em reunião ocorrida no Palácio da Alvorada, em 20 de março, cobrança de propina e outras irregularidades na compra da Covaxin, vacina produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
Leia também: CPI vai informar crime de prevaricação de Bolsonaro ao STF
Quando foi questionado sobre a Covaxin durante a entrevista, o presidente respondeu: “Gastamos um centavo com a Covaxin? Me responda: eu gastei um centavo? Além dos filtros do Ministério da Saúde, você tem o compliance nosso, tem a CGU tem o TCU e tem eu no final da linha, que só compra passando pela Anvisa”, disse.
Bolsonaro chama história de “fantasiosa”
O presidente afirmou ainda que o processo de compra da Covaxin, divulgado pela CPI da Covid, é “uma história fantasiosa” e que só interessa aos senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), presidente e vice-presidente da CPI, respectivamente, e Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão.
“A compra seria 400 milhões de doses. A compra seria mil por cento sobre o faturamento. Não é a imprensa, é o que a CPI andou falando. Superfaturamento: mil por cento. Dose 15 dólares, passou para 150 dólares. Você multiplica 400 milhões de doses, às vezes 150 dólares, vezes 5 reais. Isso dá 300 bilhões de reais. Isso é uma coisa absurda, pelo amor de Deus. Eu assinei uma MP (Medida Provisória) de 20 bilhões para comprar vacina para todo mundo. É uma história fantasiosa. Só serve a Renan Calheiros, só serve a Omar Aziz ou aquele deputado [senador] Randolfe lá do Estado dele, não é nada isso aí!”
Jair Bolsonaro
Os três senadores assinaram, na última quinta-feira (8), uma carta endereçada a Bolsonaro. No texto, eles cobram que o presidente confirme ou desminta as declarações feitas pelos irmãos Miranda sobre o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR).
“Eu não vou responder. Eu não tenho obrigação de responder, ainda mais carta para três bandidos. Eu vou responder para ladrões, bandidos? Eu não vou responder”, atacou Bolsonaro.
Com informações da GZH