Após meses se escondendo sob o manto de moderado, o presidente Jair Bolsonaro voltou a sua versão mais agressiva. Sob pressão diante da ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, Bolsonaro falou na necessidade de “pólvora” para resolução de conflitos em relação a Amazônia.
Irritado com a pressão internacional pela preservação da região, Bolsonaro disse que uma solução apenas diplomática pode não ser possível. “Quando acaba a saliva tem que ter pólvora. Não precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem”, afirmou.
“Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de Estado dizendo que, se eu não apagar o fogo da Amazônia, ele vai levantar barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que podemos fazer frente a tudo isso? Apenas pela diplomacia não dá”, emendou ele, sem citar o nome de Biden.
O democrata mencionou a possibilidade de o Brasil sofrer revés econômico por causa da política ambiental ainda durante a campanha. Biden venceu a eleição no último sábado (7) e recebeu cumprimentos de diversos chefes de Estado, mas ainda não teve a vitória reconhecida pelo brasileiro, que se alia ao discurso do derrotado Donald Trump.
O discurso inflamado durante a cerimônia de lançamento da retomada do turismo ocorre na semana em que aumentam os movimentos políticos por uma candidatura de centro em 2022. Sobre o assunto, Bolsonaro afirmou:
“Então, pessoal, temos que buscar mudanças, não teremos outra oportunidade. Vem a turminha falar “queremos um centro”, nem ódio pra lá nem ódio pra cá. Ódio é coisa de marica, pô! Meu tempo de bullying na escola era porrada.”
As articulações para uma aliança de centro com o objetivo de enfrentar Bolsonaro em 2022 têm se intensificado com conversas entre o apresentador Luciano Huck, o ex-ministro Sérgio Moro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Com informações do Estadão