Nesta quinta-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai facilitar o acesso à hidroxicloroquina e à ivermectina, medicamentos defendidos por ele para tratamento do novo coronavírus, mesmo sem ter eficácia comprovada para a doença.
A partir de agora, segundo Bolsonaro, não será mais necessária a retenção da receita no local da compra. Mais cedo, o ministro da Saúde falou que há demanda reprimida pela substância.
“O presidente da Anvisa acabou de confirmar a informação sobre a hidroxicloroquina e a ivermectina. Você já pode comprar com uma receita simples, caso o seu médico recomende para você, obviamente”, disse Bolsonaro durante a transmissão semanal que faz em suas redes sociais. Até o momento, era necessária a apresentação de receita em duas vias.
Bolsonaro disse ainda que “não tem cabimento” o acusarem de ser responsável pelo fato de o Brasil ter ultrapassado a marca de 100 mil mortes pelo novo coronavírus. E alegou que seu governo tomou “medidas concretas” mesmo antes do primeiro caso, citando o resgate de brasileiros em Wuhan.
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a pasta não tem estoque de hidroxicloroquina para atender à demanda reprimida de Estados e municípios. Segundo ele, a pasta já distribuiu 5,3 milhões de doses do remédio.
“Nosso estoque hoje, no Ministério da Saúde, é zero. Não temos nem um comprimido para atender às demandas. Nós temos uma reserva de 300 mil itens apenas para atender malária guardados, que representa algo em torno de 20% do que eu preciso por ano”, disse ontem no Congresso. “Temos uma demanda reprimida hoje de mais de 1,6 milhão de doses para Estados e municípios, só hoje.”
Compra
Segundo o ministro, o governo negocia o preço para a compra de 4 milhões de comprimidos do medicamento produzidos pela Fiocruz. Há ainda em torno de 2 milhões de unidades no Laboratório do Exército, que foram doadas pelos EUA. A droga precisa ser fracionada, pois está em frascos com 100 comprimidos.
Pazuello afirmou que o governo federal não conseguiu atender “nem 50%” da demanda por cloroquina feita pelos entes federados.
“Coloco de uma forma bem clara que nós atendemos demandas, nós não distribuímos sem demanda, e alerto que nós não conseguimos atender nem 50% do que nos demandam”, disse. O ministro foi convidado pelos parlamentares para explicar a logística de distribuição de medicamentos e testes para covid-19.
Com informações do Estadão