
O presidente Jair Bolsonaro (PL) trocou novamente o comando da Polícia Federal (PF). No cargo desde abril de 2021, Paulo Maiurino foi substituído por Márcio Nunes de Oliveira na véspera do feriado de Carnaval. É quarta troca feita por Bolsonaro que já anunciou que iria intervir na corporação.
O novo diretor-geral da PF era secretário-executivo do Ministério da Justiça é homem de confiança do ministro da Justiça, Anderson Torres, pasta a que a PF é vinculada.
Na PF correm várias investigações contra Bolsonaro e seus aliados, como a que investiga o vazamento de dados sigilosos feita pelo presidente em suas redes sociais.
As informações vazadas por Bolsonaro se referem ao um inquérito que apura um suposto ataque hacker às urnas eletrônicas, em 2018, e foi utilizado de maneira distorcida pelo atual ocupante do Palácio do Planalto para atacar as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral do país.
O deputado Filipe Barros (PSL-PR) também é investigado pelo vazamento. O parlamentar teve acesso ao material e repassou para Bolsonaro.
No inquérito mais emblemático, no entanto, Bolsonaro é investigado por tentativa de interferência política na própria PF.
Em reunião ministerial no Planalto, em abril 2020, Bolsonaro falou em alto e bom som:
“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f… minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira.”
Em depoimento à PF, no entanto, Bolsonaro repetiu a alegação de que estava se referindo à segurança pessoal.
“Que há um pequeno núcleo do GSI sediado no Rio de Janeiro, responsável pela segurança do declarante e de sua família; Que esse núcleo do GSI é formado por servidores lotados e alguns comissionados; Que achava que esse trabalho poderia ser melhorado, principalmente no acompanhamento do seu filho Carlos Bolsonaro, residente no Rio de Janeiro; Que portanto quando disse que queria trocar gente no Rio de Janeiro referia-se a sua segurança pessoal e da sua família”, afirmou o presidente, segundo a PF.
Com informações do Brasil de Fato