
Enquanto se desenrola o segundo turno entre Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB), a esquerda comemora crescimento na Câmara Municipal de São Paulo. Entre os candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro, Sonaira Fernandes (Republicanos) conseguiu uma vaga na Casa, mesmo com uma das piores votações.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, dos 55 vereadores, 21 deles são novos, um índice de renovação na casa de 38%. Neste ano, 13 mulheres foram eleitas, duas a mais que na última eleição, em 2016, quando foram 11. Em 2012, haviam sido apenas 5.
A diversidade na Câmara foi comandada pelo PSOL, que triplicou a quantidade de vereadores, passando de dois para seis parlamentares. Das seis vagas, contabilizando apenas o responsável oficial pelo mandato no caso de coletivos, quatro são mulheres, três são negras e uma delas transgênero.
O PT, embora tenha tido uma derrota histórica na eleição majoritária, se manteve como uma das principais forças do Legislativo municipal, impulsionado de novo por Eduardo Suplicy e também vereadores com território eleitoral na zona sul.
A junção da esquerda com uma direita contrária ao PSDB, que perdeu quatro cadeiras, pode dificultar a vida de uma eventual gestão Bruno Covas (PSDB). Por outro lado, se Boulos for eleito, apesar do aumento da esquerda, também encontraria dificuldades, pois, no saldo final, a maioria da Câmara pende mais para a direita.
A direita bolsonarista e antibolsonarista
Na direita mais extremada, Sonaira Fernandes (Republicanos) conseguiu ser eleita. Ela participou de lives com o presidente Jair Bolsonaro e também com o deputado federal Eduardo Bolsonaro, de quem foi assessora.
As outras apostas deste grupo como Edson Salomão, do PRTB, que trabalhava com o deputado estadual Douglas Garcia, e o irmão da bolsonarista Carla Zambelli, Bruno Zambelli, não foram eleitos. Tanto Diniz como Garcia foram expulsos do PSL e são suspeitos de participar do chamado gabinete do ódio.
No campo da direita antibolsonarista, candidatos ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) subiram de um para três neste mandato. Além de Fernando Holiday, que se reelegeu, o Rubinho Nunes e Marlon do Uber também chegam à Câmara, todos pelo Patriota.
Entre os mais votados, também no campo da direita, foi eleito o delegado Marcos Palumbo (MDB), com a terceira maior votação, 118.395 votos. Palumbo ficou atrás apenas de Eduardo Suplicy e Milton Leite (DEM).
Com informações da Folha de S. Paulo