As forças armadas chinesas iniciaram exercícios militares de fogo real em torno de Taiwan, nesta quinta-feira (4), num dos maiores exercícios já realizados na ilha, informou a televisão estatal CCTV. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, acusou os Estados Unidos de serem o maior destruidor da paz da atualidade, agarrando-se a atos de intimidação contra as nações do mundo.
“Durante esses exercícios de combate reais, seis áreas principais ao redor da ilha foram selecionadas e, nesse período, todos os navios e aeronaves não devem entrar nas áreas marítimas e no espaço aéreo relevantes”, publicou a CCTV no Weibo, rede social chinesa.
Os exercícios tiveram início após a visita da deputada norte-americana Nancy Pelosi à Taiwan. Ela é a mais alta autoridade dos EUA a viajar para a ilha desde 1997.
Os exercícios militares vão durar das 12 horas de quinta-feira (3) até às 12h de domingo (7), em horário local, pelo Exército Popular de Libertação, conforme o comunicado.
O ministro das Relações Exteriores criticou que a soberania da China seja constantemente desafiada e minem a política de uma só China, além de causarem problemas sem se preocupar com a estabilidade regional visando apenas com seu próprio benefício.
Wang Yi também criticou os EUA por quebrarem o “consenso universal” a questão de Taiwan.
E alertou que aqueles que “brincam descaradamente com fogo na questão de Taiwan se tornam inimigos dos 1,4 bilhão de chineses e definitivamente não terminarão em um bom lugar”.
Enquanto isso, o governo de Taiwan acusa a China de promover um bloqueio real à ilha. Algumas áreas onde a China está realizando os exercícios militares reais são próximas a portos importantes. E que se prepara para um conflito.
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“O Ministério da Defesa Nacional sustenta que manterá o princípio de se preparar para a guerra sem buscar a guerra, com a atitude de não escalar o conflito ou causar disputas”, disse em comunicado.
A Marinha dos EUA, por sua vez, divulgou que um porta aviões está realizando operações programadas no Mar das Filipinas, no Pacífico Ocidental, em um trecho que inclui Taiwan.
Reações
Os chanceleres da Associação das Nações do Sudeste Asiático afirmaram que a situação “pode desestabilizar a região e eventualmente causar (…) conflitos abertos e consequências imprevisíveis entre grandes potências”.
O chefe diplomático da União Europeia, Josep Borrell, condenou os exercícios militares e afirmou que a visita da deputada norte-americana “não era uma justificativa”.
Do outro lado, os militantes do Partido da Vanguarda Popular (PVP) da Costa Rica afirmaram que China indivisível e criticaram a visita de Nancy Pelosi.
“A China é uma só, única e indivisível. E entendemos que os comunistas chineses e outros setores políticos democráticos estão lutando para que todos os povos do mundo possam legitimamente aspirar ao respeito universal por suas fronteiras e suas próprias características políticas, sociais e culturais distintas”, cobraram.
Com informações do O Globo e Prensa Latina