O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou nessa segunda-feira (23) que desavenças com o ex-presidente Lula não foram superadas. Segundo o pedetista, o encontro entre os dois em setembro apenas ocorreu para que as conversas fossem retomadas. A afirmação ocorreu durante entrevista à Rádio Jornal Pernambuco.
“Nós conversamos depois de quase dois anos de desentendimentos profundos. Não superamos os desentendimentos, mas restauramos o diálogo. Ele me convidou para conversar. E acho que política a gente faz conversando, dialogando, mesmo que eu tenha entrado com as mesmas ideias e saído com as mesmas convicções. E ele, certamente, entrou com as mesmas convicções que saiu”, declarou Ciro.
O pedetista ainda disse ainda que a conversa, revelada pelo GLOBO, tratou “as diferenças de forma franca, aberta, sincera, pensando na questão do Brasil”.
Demonstrando que os embates entre os dois continuam vivos, ainda durante a mesma entrevista Ciro atacou o PT e principalmente a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Para ele, Lula “impôs Dilma para continuar mandando”.
“A Dilma, sem nenhuma experiência, se agarra na economia mais atrasada… E a corrupção generalizada, que infelizmente não dá para ser escondida… (o ex-ministro Antonio) Palocci era braço direito do Lula. Isso criou as condições no Brasil para o povo, por desespero, por raiva, por frustração, que eu compreendo com a minha alma, votar neste absurdo que está se revelando ser o Bolsonaro”, afirmou.
Sobre a possibilidade de uma chapa com Lula em 2022, considerada “imbatível” pelo marqueteiro João Santana, Ciro descartou.
“Isso não existe. O Lula é grande demais. O Lula deveria, se ele tivesse um pouco de grandeza, até em respeito a si próprio, guardar o lugar justo que ele tem na história. Um presidente que fez muita coisa pelo povo naquele momento, mas que errou profundamente na política, a ponto de ser ele a maior vítima.”
Com informações do jornal O GLOBO