
Apesar de 20 milhões de pessoas passarem fome, 15 milhões estarem desempregadas e a inflação acumulada nos últimos 12 meses até a metade de setembro passar de 10%, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a economia está “bombando” e “voando”.
“O Brasil está bombando, esses 5,5% (de crescimento) não é brincadeira. E os mesmos que previram que o Brasil iria cair 10% e caiu 4%, que previram o Brasil iria ficar lá embaixo e voltou em V, que previram que esse ano não iria ter crescimento e nós vamos crescer 5,5%, eles estão fazendo rolagem da desgraça. Desgraça agora é o ano que vem, ano que vem o Brasil não vai crescer nada. Vão estar errados de novo”, disse no V Fórum Nacional do Comércio, promovido pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), na noite desta terça-feira (28).
Não é o que parece. A situação econômica em meio à dificuldade de lançar o Auxílio Brasil, inclusive, já faz com que o governo tenha passado a discutir a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial.
A escalada inflacionária até foi reconhecida pelo ministro, mas ele jogou a responsabilidade no colo do Banco Central. Além disso, Guedes também afirmou que os programas criados pelo governo durante a pandemia são muito elogiados no exterior.
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Projeções do mercado constantes no boletim Focus, divulgadas na segunda-feira (27), preveem que o índice oficial de preços do país, o IPCA, deve chegar a 8,45% em 2021; a desocupação deve fechar em 13% e o avanço do PIB deve ser de 5,04%.
“Eu acho que a economia está voando. Ela está vindo com força, os juros vão subir um pouco, para tentar frear a inflação, mas as duas coisas são indissociáveis, o crescimento está contratado”, disse Guedes no habitual descolamento da realidade presente no governo Bolsonaro.
Com informações do Uol e Estadão