Contas em redes sociais de 16 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram suspensas nesta sexta-feira (24), por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Contudo, os bolsonaristas não pararam de postar. Alguns estão usando perfis alternativos. Outros, driblaram o bloqueio e continuam postando das mesmas contas.
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) está usando o perfil da filha, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), no Twitter. Posteriormente, Jefferson mudou a biografia, que agora é: “Fui censurado por falar a verdade e estou dividindo o perfil com minha filha! É hora de rugir!“.
O primeiro post feito na conta de Cristiane foi um recado ao ministro do STF: “Alexandre, não temo sua tirania!”.
Como o bloqueio é apenas em território brasileiro, é possível contorná-lo ao alterar nas configurações do Twitter, incluindo localização de algum outro país.
Apesar de ainda usar o perfil da filha, Jefferson também postou sobre o bloqueio na própria conta.
“Em pleno século 21, o Brasil lamentavelmente passa por 1 novo AI-5, justamente exercido por aqueles que deveriam ser os guardiões da Constituição. Transformaram o STF em uma Gestapo, que acusa, interroga, julga e condena, em especial os que se manifestam livremente“, escreveu o ex-deputado.
A extremista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, também continua postando da mesma conta (além de ter criado uma nova, que pouco usou). Embora tenha sido presa em junho em operação do inquérito dos atos antidemocráticos, sob relatoria de Alexandre de Moraes, ela continua atacando o ministro.
O jornalista Bernardo Küster também está usando a mesma conta. Dessa forma, entre as postagens feitas sobre o assunto, chamou o ministro do STF de “Alexandre de Imoraes”.
Dribles
O bolsonarista Allan dos Santos, dono do blog conservador Terça Livre, também continua postando em seu perfil oficial no Twitter. Ele está mais ativo em outra conta, que já existia antes do bloqueio, e pediu que seus seguidores migrassem para esse perfil.
Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, fez um vídeo em seu perfil no Instagram onde se disse “transtornado” com a decisão, negando ter propagado fake news. Além disso, acusou o STF de fazer “censura prévia“, divulgou perfis em outras redes sociais e disse que iria criar “o blog do ‘véio da Havan’“.
Em nota enviada à Folha de S. Paulo, o Twitter afirmou que quando recebe “uma solicitação válida e adequadamente definida de uma entidade autorizada, pode precisar reter o acesso a determinados conteúdos em um país específico”.
Com informações do Poder 360.