
Após levantes de políticos extremistas de direita que assumiram a presidência, a América Latina, novamente, abre os braços para a esquerda. Com a vitória do ex-guerrilheiro e senador colombiano Gustavo Petro, oito países da América do Sul passam a ser governados por líderes declaradamente de esquerda.
Petro conquistou 50,44% dos votos válidos, enquanto seu rival obteve 47,31%. Antes dele, o antigo líder estudantil Gabriel Boric tomou posse no Chile em 11 de março de 2022 e Pedro Castillo, no Peru, em 28 de julho de 2021.
Os outros países da região comandados por mandatários de esquerda são: Alberto Fernández na Argentina, Luis Arce na Bolívia, Irfaan Ali na Guiana, Chan Santokhi no Suriname e a Venezuela com Nicolás Maduro desde 2013. Há também o caso do México, considerado como parte da América Latina. O país é comandado por Andrés Manuel López Obrador.
Por outro lado, ainda existem outras quatro nações da América do Sul com presidentes considerados de centro-direita ou direita: Brasil (governado por Jair Bolsonaro), Equador (chefiado pelo banqueiro Guillermo Lasso), Paraguai (com Mario Abdo Benítez) e Uruguai (que elegeu Luis Alberto Lacalle Pou no fim de 2019).
Entretanto, a expectativa é de mais “guinadas” à esquerda. Em outubro, o Brasil poderá eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que permanece à frente nas pesquisas de intenção de voto do candidato direitista, Bolsonaro (PL).
Cenário diferente em 2018
Da última vez que os brasileiros se preparavam para ir às urnas, o cenário no continente era bem diferente e mais pulverizado. Líderes de oito países se identificavam como direita ou centro-direita (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, México, Paraguai e Suriname), enquanto outros cinco se declaravam de esquerda ou centro-esquerda (Bolívia, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela).
O Brasil era governado por Michel Temer (MDB). O empresário Mauricio Macri chefiava o Executivo argentino. Já Sebastián Piñera estava à frente do governo chileno, onde exerceu dois mandatos: de 2010 a 2014 e de 2018 a 2022.
O presidente da Colômbia à época, Iván Duque Márquez, continua no cargo. Enrique Peña Nieto, no México, finalizou o mandato de seis anos em 2018. No Paraguai, o mandatário era o polêmico Horacio Cartes, um dos homens mais ricos do país e que teve mandado de prisão expedido pela Operação Lava Jato.
Os líderes à esquerda eram Evo Morales, da Bolívia; Lenín Moreno no Equador; Tabaré Vazquez no Uruguai , falecido em dezembro de 2020. Martín Vizcarra, do Peru, que sofreu impeachment assim como seu antecessor Pedro Pablo Kuczynski. Nicolás Maduro, da Venezuela, está no comando do país desde 2013.