Edição do dia 12/03/2018
O comprador escolhe o produto na loja física, experimenta, compra, mas não leva; o pedido é feito online e ele recebe em casa.
Houve um tempo em que o ato de comprar alguma coisa consistia numa sequência básica de ações. A gente entrava numa loja, escolhia o produto, pagava por ele e levava pra casa. Mas as coisas andam diferentes.
A marca tem “ponto com” no nome. O vendedor dá expediente na internet e as peças seguem penduradas, ainda que tenham sido vendidas.
Você acaba de entrar na nova onda do varejo, e você surfa, escolhe. Prova, caíram bem, decide comprar. E aí você descobre onde tudo acontece: no site. Você vai pagar e sair abanando as mãos. O produto vai direto para a sua casa.
“É tudo conectado. Então eu não tenho estoque em loja. A operação fica muito mais redonda. Então eu não tenho que operar loja a loja, é uma marca só, mesmo tendo espaço físico e online”, conta a empresária fundadora da basico.com, Dedé Bevilaqua.
Vai acontecer também de você entrar numa loja, que é na verdade um aplicativo de decoração. A vendedora, estudante de arquitetura, e a gerente leva jeito com criança. Mas você só queria experimentar o sofá.
“Alguns tipos de produtos como sapato, sofá, que precisa de um conforto maior, acho que a gente precisa experimentar”, diz a empresária Ana Pantaleão.
Tudo muito confortável, mas é da natureza do consumidor querer comprar e levar. Às vezes na hora. Por isso, uma marca que nasceu com o propósito de vender só pela internet teve que adaptar o modelo. Fez uma loja em São Paulo, onde você escolhe comprar o que vê ali, ou no site, com outras opções de cores e tamanhos. Tudo indica que a quarta onda do varejo é isso: misturar o virtual e o físico, mas quem dá a medida é o cliente.
Ele sempre tem razão. Essa regra de ouro resistiu a todas as mudanças da história do varejo. Depois das lojas de bairro, veio então a segunda onda: a venda por catálogo.
A terceira, foi das gigantes que vendem de tudo e, agora, a quarta onda das lojas virtuais, que vêm mudando o jeito de comprar.
“Eu acho que essa tendência é global na verdade: a tendência de o e-commerce se complementar com a loja física, e a loja física se complementar com o e-commerce”, afirma o diretor da Westwing, Eduardo Oliveira.
Onde isso vai parar? Vendedores robôs vão adivinhar o que a gente quer? Etiquetas digitais na loja física vão garantir o mesmo preço da loja virtual?
“O consumidor, ele é um só, e quer ser atendido dessa forma. Não importa se ele está numa loja física, numa televenda, num aplicativo ou no e-commerce, ele quer ser e ter a mesma experiência em qualquer canal. Ficou muito mais complicado, mas muito mais divertido trabalhar no varejo”, explica Pedro Calil Padis, diretor da Omnistory.
Fonte: G1.globo.com