Cuba iniciou a exportação de sua primeira vacina, a Abdala, com envio de doses ao Vietnã. O governo ainda não informou o tamanho da remessa envia, mas no início da semana o país fechou contrato de envio de 5 milhões de doses ao país asiático.
O Centro Cubano de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) publicou sobre o envio em suas redes sociais ontem. “Cuba envia doses da vacina cubana anti-COVID-19 ao povo vietnamita Abdala , desenvolvida pela CIGBCuba”.
O presidente vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, esteve em Cuba na semana passada em uma visita oficial, onde participou da assinatura do acordo CIGB e o Centro de Pesquisa em Produtos Biológicos e Vacinas da nação asiática (Polyvac).
Cuba produz três vacinas nacionalmente: Abdala, Soberana 2 e Soberana Plus. O país busca agora o reconhecimento das vacinas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O diretor de Ciência e Inovação do grupo estatal BioCubaFarma, Rolando Pérez, explicou que os especialistas da OMS vão examinar “a segurança, imunogenicidade e eficácia (das duas vacinas), demonstradas nos testes clínicos”, realizados na ilha.
Além do Vietnã, países como Argentina, Irã, Venezuela e México têm mostrado interesse nas vacinas cubanas.
Sob embargo dos Estados Unidos desde 1962, Cuba começou a desenvolver suas próprias vacinas na década de 1980.
Segundo cientistas cubanos, tanto a Abdala quanto a Soberana 02 têm uma eficácia superior a 90% contra o surgimento de sintomas da doença.
As vacinas cubanas se baseiam em uma proteína recombinante, a mesma técnica em que estão trabalhando a empresa americana Novavax e a francesa Sanofi.
Cuba, que enfrenta o momento mais crítico da pandemia, começou a vacinar em 3 de setembro sua população entre 2 e 18 anos com estas duas vacinas, uma campanha única no mundo, como parte de uma estratégia que pretende que 92,6% dos 11,2 milhões de cubanos tenha as três doses da imunização em novembro próximo.
Em maio, quando começou a campanha de vacinação em adultos, o governo se propôs a fornecer o antiviral 70% da população até agosto e completar 100% em dezembro, mas atualmente apenas 4,3 milhões de cubanos estão imunizados (38,5%). Devido a este atraso, Cuba começou a usar também no fim de agosto a vacina chinesa Sinopharm.
Cuba tinha conseguido gerenciar a crise sanitária até que em julho a variante delta disparou o número de casos e óbitos, pondo em xeque seus serviços de saúde. Até este sábado, a ilha registrava 847.494 casos e 7.163 mortos.
Com informações da EFE e AFP