![Mortes Covid-19](https://www.socialismocriativo.com.br/wp-content/uploads/2020/09/mortes.coronavirus.manaus-1.jpg)
O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (30) um total de 1.194 novas mortes por Covid-19 no Brasil. Com terceiro dia seguido em mil óbitos, o Brasil acumula mais de 193 mil mortes desde o início da pandemia. Mas epidemiologistas, matemáticos e cientistas de dados calculam que o número real é bem maior.
Embora a subnotificação seja um fenômeno que aconteça em todo o mundo, no nosso país ela apresenta características únicas. Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam uma enorme dificuldade para entender a origem e a metodologia dos dados disponibilizados pelo governo sobre a pandemia.
“Não basta informar o número final. Precisamos de uma transparência de como essas informações são coletadas para que tenhamos tranquilidade de que elas realmente representam a realidade que estamos vivendo. A gente só fica sabendo das coisas com atraso”, critica o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19.
Segundo estimativas conservadoras dos especialistas consultados pela reportagem, somando-se as mortes por Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) de causa não identificada mais as mortes fora do ambiente hospitalar, o total de mortes por Covid-19 no país até agora deve ser mais de 50% superior às estimativas oficiais.
Em 2019, o Brasil contabilizou 4.852 mortes por SRAG. Já no ano de 2020, o número de óbitos por essa mesma condição estava em 229,1 mil até o dia 1º de novembro. Desse total registrado, 151,5 mil tiveram a Covid-19 confirmada.
Numa conta simples de subtração, dá pra concluir que cerca de 75 mil mortes por SRAG ocorridas ao longo dos últimos meses não tiveram sua origem esclarecida. Porém, em um ano de pandemia, com alta circulação de um novo tipo de coronavírus, especialistas dizem ser possível afirmar que a maioria dessas pessoas deve ter tido Covid-19.
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