Por Carolina Fortes e Julinho Bittencourt
O senador Randolfe Rodrigues (Rede), vice-presidente da CPI da Pandemia, afirmou ao Uol na manhã desta segunda-feira (25) que será incluída no relatório final a informação mentirosa dita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que “pessoas totalmente imunizadas com a vacina da covid-19 estão desenvolvendo Aids”.
A comissão vai encaminhar um ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pedindo que a frase seja incluída no inquérito das fake news.
“A reiteração de crime do presidente da República será acrescentada ao relatório, sem dúvida nenhuma, além da providência que estamos fazendo da comunicação ao ministro Alexandre de Moraes”, disse Randolfe.
“A primeira providência vai ser a comunicação do fato, do crime estar sendo reiterado. A partir daí, obviamente a CPI pode indicar sugestões de providências a serem tomadas”, continuou.
O requerimento foi apresentado ontem pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-RS), que aponta que Bolsonaro cometeu crime flagrante ao disseminar fake news sobre as vacinas durante a sua live na última quinta-feira (21).
Na avaliação de Randolfe, a associação mentirosa entre o HIV e a vacina feita pelo presidente é crime e motivo para prisão preventiva. Para ele, se Bolsonaro não estivesse no cargo de presidente, poderia ter sido preso.
“Temos que ter consciência de lidar com esse delinquente. Esse delinquente permanece na Presidência da República sobre os auspícios e cumplicidade do presidente da Câmara dos Deputados [Arthur Lira], e a esta altura também da Procuradoria-Geral da República, que não repele este tipo de comportamento”, afirmou o senador.
O Facebook e o Instagram derrubaram na noite deste domingo (24) a live em que Bolsonaro espalhou a fake news. “Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, afirmou o porta-voz das redes sociais.
Para Randolfe, Bolsonaro deveria ter sido banido das redes sociais assim como o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Lamentavelmente este tipo de prática reiterada e criminosa, no Brasil, tem o cumpliciamento das redes sociais. Há muito já deveria ter ocorrido com Jair Bolsonaro a mesma coisa que ocorreu com seu congênere, o Donald Trump, nos Estados Unidos”, disse.
Facebook e Instagram derrubam live de Bolsonaro
O Facebook e o Instagram derrubaram na noite de domingo (24), a live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) transmitida na última quinta-feira (21).
O vídeo não está mais disponível em nenhuma das duas plataformas.
“Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, afirmou o porta-voz das redes sociais.
Bolsonaro usou as suas redes para espalhar uma fake news sobre as vacinas contra a Covid-19 produzida por um grupo negacionista do Reino Unido.
A “tese” em questão afirma que “as pessoas totalmente imunizadas estão desenvolvendo Aids”.
“Outra coisa grave aqui, só vou dar a notícia, não vou comentar, já falei sobre isso no passado e apanhei muito. Relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados, quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose, 15 dias depois após a primeira dose… estão desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência muito mais rápido que o previsto”, disse Bolsonaro durante live.
De acordo com o G1, trata-se de uma fake news plantada pelo site negacionista Beforeitnews, que publica textos dizendo, entre outras coisas, que as vacinas contra a Covid rastreiam as pessoas.
Foi desse site que o presidente Bolsonaro pegou a “notícia” de que a imunização completa contra a Covid desenvolve Aids nas pessoas.
A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido declarou que “as vacinas contra a Covid-19 não causam Aids. A Aids é causada pelo HIV”.