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Muitos profissionais da economia criativa buscam cursos de pós graduação para melhorar negociação e posicionamento no mercado. Por meio de disciplinas que tratam do detalhamento da precificação até legislação, criativos compreendem melhor a comercialização das criações. Conforme dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em 2017 o segmento movimentou R$ 171,5 bilhões no País. Em São Paulo, estima-se que a economia criativa represente 4% do PIB do Estado: 100 mil empresas e instituições empregam de forma direta 330 mil pessoas.
Saber negociar
Entender os preços de produtos e fazer as ideias chegarem ao público são algumas das movitações para a criação de pós-graduação. Uma lacuna que os cursos se propõem a preencher é a consciência de que a ideia tem valor tangível – e deve ser defendida. Por exemplo, no caso da música, compositores têm dificuldade para se posicionar, ver o mercado e perceber que são profissionais e, dessa forma, falar quanto vale o trabalho. Tem profissional que tem vergonha de falar o orçamento. Tem de ter orgulho, ter noção de propriedade intelectual. Também é fundamental formalizar as negociações.
Saber criar
As pós-graduações em Economia Criativa também investem no aprimoramento da capacidade inventiva. Uma faceta que atrai profissionais já tradicionalmente associados à área, mas que também tem sido chamariz para outro público. Para estimular a criatividade, os cursos apostam na integração de disciplinas. Os pilares da economia criativa (consumo, cultura, mídias e tecnologia) são trabalhados de forma transdisciplinar. O objetivo é que os alunos busquem resultados que transcendam os ganhos..
Saber inovar
Na lista de conceitos-chave que definem a economia criativa, o mais usado é a inovação. Essencial para o profissional se destacar em um universo cuja concorrência cresce ininterruptamente, ela está presente em praticamente todos os cursos, que estimulam novas ideias por meio de disciplinas como Design Thinking e Estratégias de Inovação, Disrupção e Recapacitação e a exploração de novas tendências. Os profissionais do setor de tecnologia na economia criativa não são apenas estimulados a inovar, mas pressionados a apresentar soluções para um mercado insaciável por lançamentos e trabalham conceitos como game design, level design e inteligência artificial.
Desafios da Economia Criativa
Apesar de estar entre os que mais crescem, setores da economia criativa têm de lidar com restrições orçamentárias. De um lado, a iniciativa privada diminuiu patrocínios. De outro, políticas públicas mudaram. Na Lei Rouanet, o teto de captação por projeto saiu de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão. A economista Ana Carla Fonseca Reis, coordenadora de conteúdo do curso de Economia Criativa e Cidades Criativas da Fundação Getúlio Vargas e autora dos livros Marketing Cultural e Financiamento da Cultura e Economia da Cultura e Desenvolvimento Sustentável, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti 2007 em Economia, Administração e Negócios, concedeu entrevista ao portal Terra. Ela afirma que os empreendimentos criativos têm diferentes perfis e objetos, de startups a empreendimentos culturais voltados a patrimônios e curadoria.
“Cada um tem um cardápio diversificado de fontes de recursos, mas os que mais tendem a sofrer são os que, ao longo do tempo, se tornaram dependentes de empresas cujo viés de decisão de investimento responde direta ou indiretamente às determinações do governo federal, como Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa.”
Ana Carla Fonseca
A revisão da Lei Rouanet estabelece o teto de R$ 1 milhão, mas, pelos dados levantados pelo Henilton Menezes, ex-secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, 70% dos projetos ficam abaixo dos R$ 500 mil, então a revisão abrange projetos grandes. Como a lei abriu exceções, como patrimônio, editorial e festividades, os mais prejudicados foram projetos ligados a musicais. Os que são muito dependentes de verbas incentivadas, renúncias fiscais, editais e afins têm de diversificar as fontes e, eventualmente, até os modelos de negócio.
Sobre as perspectivas para o crescimento de áreas de consumo, mídias, cultura e tecnologia, Ana Paula informa que não há dados para mapear tendência de crescimento e também depende do perfil do empreendimento. Mas, claramente, a tecnologia cresce muito pois é transversal a todo setor. Com relação à capacidade de as instituições de ensino conseguirem capacitar os profissionais da economia criativa de forma adequada, ela comenta que a Economia criativa é um termo que no Brasil não tem uma leitura do que de fato signifique.
A economista avalia ainda que são raros os cursos que abrangem de cultura e tecnologia, passando por mídias e consumo e que muitas vezes percebe-se uma ênfase menor ao empreendimento criativo como negócio, a capacidade de articulação com setores que não são imediatos, como vincular empreendimento criativo a transformação do território, a desenvolvimento, turismo, outros setores.
Fonte: Terra
Cursos de Pós-Graduação em Economia Criativa
Belas Artes – Gestão em Economia Criativa
Inova Business School – Pós-Graduação em Economia Criativa
MBA Executivo em Economia Criativa, Cultural e Inovação da Unicesumar
Pós-Graduação em Desenvolvimento de Jogos da Universidade do Estado do Amazonas