Depois de visitar o Maranhão e ser multado por causar aglomeração e não usar máscara, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi ao Rio passear de moto e produzir novas aglomerações, sem o mínimo distanciamento ou uso de máscaras. O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que mentiu a semana toda na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia posou ao lado de Bolsonaro sem máscara.
Pazuello teve ao menos 14 mentiras detectadas em seu depoimento à CPI e neste domingo o general incorreu em pelo menos uma. O Ex-ministro havia dito aos senadores que que apoia as medidas de isolamento já que posou ao lado de Bolsonaro – aglomerando e sem usar máscara. O que também é proibido no Rio.
Bolsonaro em atos inconstitucionais
Bolsonaristas também exibiram faixas com defesa de atos inconstitucionais. Porém, no percurso, também houve protestos e panelaço contra o ato. O contingente das forças de segurança mobilizado para a manifestação também chamou atenção. Mais de mil policiais militares foram destacados para acompanhar e garantir a segurança do ato.
Idosos deixam de ser maioria em UTIs
Enquanto o chefe do Executivo e seus apoiadores dão péssimo exemplo à população, o país vê o rejuvenescimento da pandemia da Covid-19. Pela primeira vez, o número de pessoas com menos de 60 anos nas Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é maior que a de idosos.
De acordo com o Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo (Fiocruz), a mudança foi verificada entre janeiro deste ano e o início de maio. Ao se comparar o período de uma semana, primeiro entre os dias 3 e 9 de janeiro de 2021, e depois entre os dias 2 e 8 de maio, a mediana das internações em UTIs passou de 68 anos para 58.
Pelo cálculo da Fiocruz, as internações em leitos hospitalares também passaram por esse rejuvenescimento, com a mediana de idade passando de 66 para 55 anos. Os pesquisadores explicam que isso significa que mais da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas.
Jovens estão morrendo mais
A Fiocruz observa que embora as mortes pela doença continuem maior entre os mais velhos, com a mediana ainda acima dos 60 anos, ao longo de 2021 caiu em um patamar de 10 anos. Os valores de mediana de idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos.
No boletim os pesquisadores atribuem a mudança à vacinação, que já tem surtido efeito na população. Porém, é preciso enfatizar aos mais jovens o perigo que a Covid-19 continua a ser.
“A mensagem é clara: é preciso olhar para os mais jovens, e alertá-los de que eles não estão imunes à pandemia. Para que isto não aconteça, reforçamos a necessidade de manter as medidas restritivas de circulação de pessoas nas ruas, suspendendo atividades não essenciais que têm grande potencial para gerar aglomerações”, reforçam os pesquisadores no documento.
Esperança contra variantes
Um estudo divulgado pela agência de saúde pública da Inglaterra neste sábado (22) afirma que as vacinas da Pfizer/BioNTech e de AstraZeneca/Oxford são “altamente efetivas” contra a variante britânica e uma das variantes indianas do coronavírus. A efetividade mede o quanto a vacina conseguiria reduzir os casos na vida real. O levantamento foi realizada entre 5 de abril e 16 de maio.
Os dados, contudo, ainda não foram revisados por outros pesquisadores nem publicados em revistas especializadas, procedimentos que fazem parte das etapas das pesquisas científicas e que trazem segurança sobre os dados colhidos.
Alta efetividade
A vacina da Pfizer/BioNTech teve uma efetividade de 88% contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana duas semanas após a segunda dose. Em relação à variante britânica, a efetividade foi um pouco maior: 93%.
Já a vacina de Oxford/AstraZeneca teve 60% de efetividade para a variante indiana após a segunda dose. Em relação à variante britânica, a efetividade também foi um pouco maior: 66%.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a efetividade atinja pelo menos 50% no caso do coranavírus. O que foi atingido pelas vacinas.
Proteção x bolsonaro
A alta circulação do vírus, como propiciada pelas aglomerações citadas no início da matéria, favorecem as mutações que dão origem às novas variantes. O que faz com que médicos e cientistas enfatizem cotidianamente a importância das medidas sanitárias de isolamento e uso de máscara para contenção da pandemia.
Com informações do G1 e Terra