Após viver 38 anos de uma situação análoga à escravidão, em Pato de Minas (MG), Madalena Gordiano, de 46 anos, exibe em suas redes sociais sua transformação. Ela foi resgatada em novembro do ano passado, após ter sido obrigada a trabalhar recebendo valor irrisório e mantida em cárcere privado. De cabelos curtos, ela se mantinha de cabeça baixa, as roupas eram simples e não sorria.
Dois meses depois de conquistar a merecida liberdade e autonomia financeira, ela mostra que vive nova fase. Agora, as fotos em que ela aparece sorrindo chamam a atenção nas redes.
Regime de escravidão
Madalena foi resgatada no dia 28 de novembro, em um quartinho sem janelas e sem ventilação. Aos oito anos de idade, ela bateu na porta da casa da professora Maria das Graças Milagres Rigueira para pedir um pão. Na época foi recebida por Maria das Graças que disse que iria adotá-la. No entanto, ela se tornou empregada da casa.
Madalena não pôde estudar e não viveu a infância. Depois de alguns anos, Maria das Graças resolveu que a menina ficaria com o professor universitário Dalton Cesar Milagres Rigueira. No novo lar, ela continuava submetida à jornada sem folga, começava às 4h da manhã e trabalhava todos os dias da semana.
Madalena se casou em 2001 com um tio da esposa de Dalton Rigueira, que era ex-combatente e deixou pensão de R$ 8 mil para ela. No entano, Dalton Rigueira controlava todo o dinheiro e só repassava a ela R$ 200. A situação de Madalena só veio à tona quando ela começou a enviar bilhetes aos vizinhos em pedaços de gardanapo e folhas de caderno, pedindo pequenas quantias em dinheiro e produtos básicos de higiene pessoal. “Me empresta um sabonete para tomar banho. Você recebe minha oração. Madalena”, dizia um dos bilhetes.
Com informações do Brasi247