Um levantamento divulgado pelo Portal Metrópoles no último domingo (25) mostrou que a rotina do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de se deleitar com leite condensado no pão durante o café da manhã tem pesado negativamente na lista de compras do Executivo Federal. A iguaria figura em lugar de destaque entre os principais gastos do governo na lista do supermercado.
De acordo com Metrópoles, no último ano foram gastos mais de R$ 15 milhões apenas em leite condensado. Os dados estão no Painel de Compras, atualizado pelo Ministério da Economia. A estimativa geral é que, ao todo, a lista de compras anual do presidente tenha chegado a R$ 1,8 bilhão, caracterizando um aumento de 20%, em relação a 2019.
Ainda assim, no primeiro ano de governo, os gastos com leite condensado – curiosamente também o item mais presente no carrinho de compras do Governo Federal –, foram ainda maiores: R$ 26 milhões, segundo o portal de compras do governo.
O banquete de Bolsonaro (com dinheiro público)
Em 2020, Bolsonaro fez a festa: além dos itens de “cesta básica”, como arroz, feijão, carnes, óleo, frutas, legumes e verduras frescas, chamam atenção os R$ 16,5 milhões gastos em batata frita embalada e R$ 13,4 milhões em barra de cereal. Os valores chamam a atenção, mas não são os únicos grandes gastos.
Ervilha em conserva (R$ 12,4 milhões) e iogurte natural (R$ 21,4 milhões) estão na lista de itens que passaram da casa dos sete dígitos. Sem contar a compra de molhos shoyo, inglês e de pimenta que, juntos, somam mais de R$ 14 milhões do montante pago. Pizza e refrigerante também fizeram parte da “festinha“, debitando R$ 32,7 milhões dos cofres da União.
E, ao que parece, o governo federal tem clara preferência por passas, já que a compra de fruta desidratada pelos órgãos sob comando do presidente Jair Bolsonaro custou mais de R$ 5 milhões aos cofres públicos. Ainda há outro item que surpreende pela grande quantidade comprada, como goma de mascar (R$ 2.203.681). O mandatário pensou até no gado: as despesas acusaram gastos de mais de R$ 1,04 milhões em alfafa.
Para finalizar, na lista de preferências do presidente também figuram biscoitos, sorvete, massa de pastel, geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, bombom, chantilly e sagú.
Conforme o (M)Dados, a maior parte das compras e o montante mais alto é ligado ao Ministério da Defesa. Foram mais de R$ 632 milhões com alimentação. Por exemplo, a compra de vinhos, que ultrapassou R$ 2,5 milhões, foi quase toda bancada pela pasta.
Lupa na ‘mamata‘
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) anunciou que vai começar uma mobilização entre parlamentares na Câmara Federal para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – a CPI da Mamata ou CPI da Barriga Cheia – para investigar o gasto de R$ 1,8 bilhão com produtos de supermercado pelo governo em 2021.
“O que é isso? É um estoque! R$ 15.641.777,49 só em leite condensado. Isso dá 2.604.000 caixinhas de leite condensado, 217 mil caixinhas por mês e 7.204 caixinhas por dia. Acabou a mamata? Vamos fazer a CPI da Barriga Cheia”, afirmou Pimenta, anunciando que “com certeza eu vou entrar com pedido de informação hoje”.
Ciro Gomes e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) também afirmaram que vão acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que os gastos sejam investigados.
E quanto isso renderia em vacinas?
Francisco Vitti, que é ator e estudante de cinema, fez as contas: os R$ 15 milhões do leite condensado comprariam 300 mil doses da vacina da Covid-19.
” Se dividirmos o valor total de leite condensado pelo valor da vacina ( 15.600.000 / 104 ) teremos o valor de 150.000 vacinas completas ( 300.000 doses ). A corrupção acabou? A mamata acabou? O descaso acabou? Jair Bolsonaro, você é um desserviço para o Brasil”, escreveu em seu Twitter.
Com informações da Revista Fórum e Metrópoles
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