A operação objetivou proteger índios da ameaça de contágio por covid-19, levada por madeireiros e garimpeiros.
Após megaoperação contra madeireiros e garimpeiros, o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Olivaldi Azevedo, foi exonerado nessa terça-feira (14).
Assinada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a exoneração foi publicada no Diário Oficial da União, dois dias depois de uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostrar uma megaoperação do Ibama para retirar madeireiros e garimpeiros ilegais de terras indígenas no sul do Pará, registra O Globo-RJ.
Embora o órgão afirme que a decisão ocorreu em comum acordo para aprimorar o combate ao desmatamento, funcionários dizem o contrário. Ouvidos pelo jornal, em anonimato, trabalhadores do Ibama asseguraram que a demissão de Olivaldi ocorreu por ele não ter conseguido “segurar” o setor de fiscalização.
De acordo com o jornal, há expectativa de que mais pessoas que atuam tanto na proteção como na fiscalização, sejam exoneradas nos próximos dias.
Olivaldi, que era homem de confiança de Salles, é oficial da PM de São Paulo. Os dois se conhecem desde o tempo em que Salles foi secretário de Meio Ambiente do Estado.
Proteção aos indígenas
Além dos crimes ambientais existe a preocupação por parte de estudusiosos, Ogns e observadores internacionais de que madeireiros levem o novo coronavírus às aldeias. E foi para proteger os índios do contágio pelo covid-19 que a operação foi realizada.
Foram fiscalizadas três terras indígenas no sul do Pará, onde vivem cerca de 1.700 índios.
Desde o início da pandemia, aumentaram as invasões em terras indígenas. Também de forma perigosa, os alertas de desmatamento na Amazônia cresceram este ano, em comparação com o mesmo período de 2019.
Três óbitos de indígenas foram registrados, até o momento, em decorrência do novo coronavírus, sendo um jovem ianomâmi de 15 anos e outros dois indígenas que viviam em áreas urbanas – uma mulher da etnia kokama de 44 anos e um indígena tikuna, de 78.