Pouco antes do início do desfile das escolas de samba do grupo especial na Marques de Sapucaí nesta sexta-feira (22), foi uma manifestação da luta de classes que ganhou destaque no carnaval do Rio.
O público da arquibancada pedia animado “Fora Bolsonaro”, enquanto os frequentadores dos camarotes respondiam com xingamentos ao ex-presidente Lula e repetiam: “ei, Lula, vai tomar no c*”….
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No setor 3 da Sapucaí, a resposta veio com um Lulaço: “Olê, Olê, Olê, Olá, Lula, Lula…”
Os protestos tiveram início quando o presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) anunciou no sistema de som as escolas de samba que iriam desfilar naquela noite e a banda da Polícia Militar do Rio de Janeiro tocou o hino nacional.
Confira os vídeos feitos pelo repórter da Revista Fórum, Lucas Rocha, carnavalesco que não perdeu um ensaio técnico e estava no Sambódromo.
Este ano é o que tem maior número de desfiles de escolas de samba com enredos que trazem críticas políticas, econômicas e sociais. As principais temáticas são combate à intolerância religiosa e a defesa da diversidade sexual, além de homenagens a pessoas com histórico de lutas sociais e outras que foram vítimas da Covid-19.
Salgueiro é ovacionada com enredo antirracista
Ajoelhada e com o punho erguido, em referência à luta antirracista, a bateria da Salgueiro consagrou o grande momento da escola de samba na noite desta sexta (22). A escola fez um desfile alegre, poético e engajado que arrancou aplausos da plateia.
A alegoria que trazia um totem simbolizando a derrubada do racismo e outra com referências a Laíla, Marielle Franco, Moïse Kalagambe, Haroldo Costa e Mary Marinho foram destaque na apresentação.
A escola veio repleta de convidados, com cerca de 170 ativistas, artistas e intelectuais negros, além de um grupo de 20 refugiados de cinco nacionalidades diferentes que vivem no Rio de Janeiro. Estiveram presentes pessoas de Angola, Marrocos, República do Congo, Síria e Venezuela.