Embora tenha reforçado a urgência de estratégias para controlar o aumento da temperatura do planeta, o 6º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), das Nações Unidas, confirma que o caminho a seguir para combater a fome no mundo passa pela economia criativa.
Para isso, apenas mudanças estruturais no modo de produção podem garantir alimentação de qualidade, em quantidade e com acessibilidade para todos, conforme destaca Letícia Piccolotto, especialista em gestão pública pela Harvard Kennedy School, presidente da Fundação Brava e fundadora do BrazilLAB, em artigo no Uol.
Ela observa que “agroflorestas, diversificação de plantações, fortalecimento da biodiversidade e o incentivo às fazendas urbanas são apenas algumas das estratégias apontadas pelo relatório.”
“O uso de tecnologias será central nesse esforço —a palavra é mencionada mais de 40 vezes ao longo do documento— através de múltiplas aplicações —desde a biotecnologia, utilizada para o melhoramento genético de sementes, tornando-as mais resistentes às condições climáticas, passando pelo desenvolvimento de fontes alternativas de proteína que reduzam o consumo de carne, até soluções de inteligência artificial que possibilitem a gestão otimizada das diferentes culturas em uma lavoura. E a contribuição das govtechs para o desenvolvimento dessas soluções tão fundamentais vem de longe”, defende.
Economia criativa para o desenvolvimento
Os pontos destacados pelo relatório confirmam a defesa dos socialistas para a necessidade de mudanças no modo de produção a partir da economia criativa, um dos pilares que deve guiar o plano nacional de desenvolvimento social, como o que é proposto pelo PSB.
Em seu processo de Autorreforma, o partido destaca a necessidade de aliar a tecnologia, os diferentes saberes, a cultura e a criatividade para o desenvolvimento sustentável do país.
“A nova economia baseia-se na abundância infinita do talento, da criatividade, da tecnologia e da cultura”, explicam os socialistas no documento da Autorreforma.
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Exemplos práticos desse eixo podem ser encontrados do setor de turismo às pesquisas científicas que podem ajudar a explorar de forma sustentável produtos da floresta Amazônica, que traz benefícios tanto para populações locais como para o desenvolvimento de todo o país.
“A economia criativa não é apenas mais um ramo da economia, que reúne uma série de atividades altamente produtivas, mas, sim, uma estratégia de desenvolvimento, que pode possibilitar ao Brasil uma inserção soberana na economia globalizada e nas novas cadeias de valor do mundo moderno”, ressalta o PSB na Autorreforma.