por: Eduardo Pinheiro Postado em: 26/09/2020 - 09:43 Atualizado em: 26/09/2020 - 09:43
Em pronunciamento na sessão de debates da 75ª Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), o Papa Francisco citou os incêndios que assolam a Amazônia ao comentar sobre a crise ambiental no planeta. Para o pontífice, emergência ambiental está “intimamente ligada à crise social”.
“Penso também na perigosa situação da Amazônia e de seus povos indígenas. Eles nos lembram que a crise ambiental está intimamente ligada a uma crise social e que o cuidado com o meio ambiente exige uma aproximação integrada para combater a pobreza e a destruição”, afirmou.
Em vídeo pré-gravado, o líder da Igreja Católica lembrou da adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e do Acordo de Paris, mas afirmou que é preciso as falhas cometidas nesses 5 anos posteriores.
“Nós precisamos ser honestos e admitir que, embora alguns progressos tenham sido feitos, a comunidade internacional não foi realmente capaz de cumprir as promessas feitas cinco anos atrás”
O discurso do papa vai na direção contrária ao negacionismo do presidente Jair Bolsonaro. Na sessão de abertura da assembleia, na terça-feira (22), Bolsonaro afirmou que o Brasil é “vítima” de uma campanha “brutal” de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. Ele ainda culpou os índios e os ‘caboclos’ pelas queimadas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), áreas de pastagem com manejo aumentaram 71,4% na Amazônia, ao passar de 248.794 quilômetros quadrados (km²) para 426.424 km² em 18 anos. As áreas agrícolas na floresta aumentaram de 288%, ao pular de 17.073 km² para 66.350 km².
Covid-19
O Pontífice também renovou seu apelo aos responsáveis políticos e ao setor privado para que tomem as medidas adequadas para garantir o acesso às vacinas contra a Covid-19. “Se tiver que privilegiar alguém, que seja o mais pobre”, afirmou.
“A pandemia nos mostrou que não podemos viver sem o outro, ou pior ainda, um contra o outro. As Nações Unidas foram criadas para unir as nações, aproximá-las, como uma ponte entre os povos; usemo-lo para transformar o desafio que enfrentamos em uma oportunidade para construir juntos, uma vez mais, o futuro que queremos”, concluiu.
