A Polícia Civil de São Paulo prendeu na manhã desta sexta-feira (10) dois empresários ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL) por suspeita de envolvimento no desvio de mais de R$ 400 milhões, segundo informações do Ministério Público Estadual.
O órgão diz que o MBL recebia “doações de forma suspeita” por meio de “cifras ocultas” em uma “confusão jurídica empresarial” com o Movimento Renovação Liberal (MRL). A operação, realizada em conjunto pelo MP e Receita Federal, prendeu Alessander Mônaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso (conhecido pelo pseudônimo Luciano Ayan nas redes sociais), investigados por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Aylan foi o responsável por viralizar uma fake news que acusava Marielle Franco de ter mantido um relacionamento com o traficante Marcinho VP e com a facção criminosa Comando Vermelho. A matéria falsa sobre Marielle foi veiculada pelo site Ceticismo Político, criado por Ayan em 2017.
“As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas pessoas”, afirma o MP em nota.
As buscas incluíram a sede do MBL, organização política brasileira que ganhou notoriedade ao apoiar tanto o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff quanto a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018.
Procurado, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) negou que os detidos sejam membros do MBL. Segundo o Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômico (Gedec), do MP, os homens integram o MBL, embora a operação “se refira a um crime econômico, e não político”.
Fonte: UOL