Por volta de 41 empresas e organizações estrangeiras – entre elas o Burger King do Reino Unido, a varejista britânica Tesco, a Moy Park, controlada pela JBS -, enviaram carta aberta aos parlamentares brasileiros afirmando que a aprovação do projeto de lei (PL) 2633/2020 – batizado de PL da Grilagem – pode estimular o desmatamento na Amazônia e, assim, colocar em risco a continuidade de suas compras de matérias-primas do Brasil.
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No documento, as companhias e entidades afirmam que estão “profundamente preocupadas” com o projeto, que foi apresentado no último dia 15 pelo deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), já que a MP que versava sobre o tema perdeu validade.
Além de companhias que compram produtos agropecuários brasileiros, como processadores de carne e varejistas, assinam também o manifesto cooperativas estrangeiras, fundos de pensão, companhias de investimento, organizações filantrópicas e outras sem fins lucrativos.
O grupo inicia a carta afirmando que a Amazônia é uma das regiões mais vitais do planeta por causa de seu papel como regulador climático global, na manutenção dos ciclos das águas e por abrigar 10% das espécies conhecidas – e lembra dos casos de desmatamento e queimadas na região em 2019.
Essas empresas, investidores e entidades defendem que proteger a Amazônia “é economicamente mais atraente do que destruí-la”, e que novos riscos de devastação devem ser evitados.
O projeto de lei, dizem, “legalizaria a ocupação privada de terras públicas, concentradas principalmente na Amazônia. Caso a medida seja aprovada, incentivará a apropriação de terras e o desmatamento generalizado, o que colocariam em risco a sobrevivência da Amazônia e o cumprimento das metas do Acordo de Mudança Climática de Paris, além de prejudicar os direitos das comunidades indígenas e tradicionais”, afirmam as companhias e entidades.
Com informações do Valor Econômico.