O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), avalia que a CPI da Pandemia no Senado constata o que o Brasil inteiro já sabe: a pandemia foi mal gerida pelo governo federal. No entanto, o parlamentar não acredita que os trabalhos da comissão viabilize o impeachment de Jair Bolsonaro (sem partido). Para Ramos, há uma ampla base governista consolidada no parlamento.
A declaração foi feita em entrevista exclusiva ao Socialismo Criativo nesta quarta-feira (16). Ramos diz não desconsiderar a possibilidade de que uma das determinações do relatório final da CPI da Pandemia seja encaminhar um pedido de impeachment para a Câmara. Esse cenário, analisa, causaria um constrangimento muito grande pra Câmara. Mas sem dúvida, os trabalhos dos senadores do colegiado terão impactos em 2022.
“Uma coisa é um pedido de parlamentar, mas outra coisa é um pedido de responsabilidade por parte da CPI. Então, se o resultado final da CPI passar por esse pedido de impeachment, vai criar um clima de debate mais acirrado no Congresso Nacional.”
Marcelo Ramos
Confira a entrevista exclusiva com Marcelo Ramos
Difícil instalar a CPI do Meio Ambiente
Na entrevista, Ramos também comentou sobre as reformas administrativa, tributária e eleitoral, que prometem impactar o resultado das Eleições 2022.
Outro tema abordado na entrevista foi o clima para instalar uma CPI do Meio Ambiente para investigar os desmontes promovidos pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que foi denunciado por participação em exploração ilegal de madeira. A instalação de uma CPI é defendida pela bancada do PSB na Câmara.
Ramos comenta que a grande maioria na Câmara é governista ao extremo, “a ponto de não desejar investigar o governo”. Ele considera difícil a Casa instalar uma CPI do Meio Ambiente. Por outro lado, considera difícil que, no decorrer das investigações, Salles não sofra punições por parte do STF.