O Facebook deve anunciar um conjunto de ações que trará uma maior rigidez da plataforma no trato com políticos que violem as regras de discurso de ódio da rede social. A ação representa uma guinada na posição da empresa, que costumava ser bastante flexível em relação a esse tema com figuras poderosas, como era o caso de Donald Trump no período em que ele esteve na presidência dos Estados Unidos.
Discursos danosos vetados no Facebook
Desde as eleições presidenciais dos EUA em 2016, a rede social de Mark Zuckerberg aplica uma espécie de teste ao discurso político, onde é ponderado que o caráter noticioso do conteúdo é mais relevante que o potencial danoso do discurso contido nele. Porém, a empresa deve descontinuar a primeira parte do teste e não considerar mais o valor notícia como um fator.
Contudo, o Facebook não tem a intenção de acabar totalmente com a exceção dada às notícias, porém, nos casos em que a ressalva for aplicada, a empresa passará a divulgar publicamente que uma exceção foi aplicada. Segundo o The Washington Post, o objetivo da decisão é tornar o sistema de bloqueio do Facebook para pessoas que violam suas regras mais transparentes.
Banimento de Trump no Facebook
Os movimentos são parte de um conjunto de respostas que são esperadas pelo Conselho de Supervisão do Facebook, um órgão que, apesar de financiado pela empresa, tem uma grande independência. Entre as atribuições do órgão, está a decisão de restabelecer ou não a conta de Donald Trump na plataforma.
O Facebook comunicou que irá suspender as contas de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, por dois anos, formalizando uma penalidade de longo prazo, após seu conselho de supervisão independente afirmar que a empresa errou em manter o prazo de proibição à rede social em aberto.
No mês passado, o conselho manteve a suspensão das contas de Trump no Facebook e no Instagram, que foi iniciada em 7 de janeiro, após o político elogiar pessoas envolvidas no ataque ao Capitólio um dia antes.
Blog de Trump fecha por falta de audiência
O ex-presidente Donald Trump decidiu sair por completo da internet. Ainda banido do Twitter e do Facebook, e lutando para encontrar um meio de influenciar a cobertura midiática desde que deixou a Presidência, Trump decidiu, na quarta-feira, fechar o blog que ele havia começado há um mês, chamado From the Desk of Donald J. Trump (Da mesa de Donald J. Trump).
Trump ficou frustrado depois de ouvir de amigos que o site estava com a audiência baixa, fazendo com que ele parecesse pequeno e irrelevante, de acordo com uma pessoa a par das razões da decisão.
O site, que custou alguns milhares de dólares para ser feito e foi desenvolvido para o ex-presidente por uma empresa chefiada pelo seu antigo gerente de campanha, Brad Parscale, foi criado para ser um espaço on-line para apoiadores terem acesso a comunicados de Trump e se comunicarem com ele.
“Em tempos de silêncio e mentiras, um sinal de liberdade aparece”, dizia um vídeo que, no mês passado, apresentava a plataforma: “Um lugar para falar livremente e com segurança. Direto da mesa de Donald J. Trump”.
Em maio, após o Washington Post noticiar que o blog estava atraindo praticamente nenhum leitor, Trump minimizou o propósito do site, afirmando que era uma alternativa provisória até que ele pensasse no que viria em sequência.
“O blog é para ser um meio temporário de tornar meus pensamentos e ideias públicos sem o turbilhão de notícias falsas, mas o site não é uma ‘plataforma’”, ele disse em um comunicado. “É só uma forma de comunicação até que eu decida qual será o futuro na escolha ou criação de uma plataforma.”
Algumas pessoas em seu pequeno grupo de conselheiros disseram, na quarta-feira, que eles estavam frustrados com a decisão de fechar a página on-line. Outros tentaram passar uma percepção mais positiva da questão.
Tentativa de minimizar o fracasso do blog
Um dos assessores, Jason Miller, disse no Twitter que a decisão de fechar o blog foi a primeira etapa para Trump ingressar em outra plataforma de mídia social.
“Sim, na verdade é isso”, ele escreveu quando perguntado se a movimentação significava que o ex-presidente poderia voltar à internet de outra maneira. “Fiquem ligados!”, completou.
Com informações do Olhar Digital e O Globo