A debandada no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) continua. Após dois coordenadores-gerais da instituição deixarem o cargo, 29 funcionários pediram exoneração nesta segunda-feira (8). O que é preocupante já que as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão realizadas em duas semanas.
Entre os motivos alegados para a saída em massa dos servidores é a “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima” do Inep.
De acordo com o g1, no pedido de dispensa encaminhado à diretoria do Inep, os servidores justificam a saída pela “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima” do órgão. Casos de assédio moral também dentro da instituição também foram expostos em uma assembleia realizada na quinta-feira (4).
A Associação dos Servidores do Inep (Assinep) lamentou “profundamente” que o instituto tenha “chegado a esse ponto”.
Os servidores que continuam no Inep vão seguir trabalhando para que as demandas do órgão sejam cumpridas, afirmou ainda a Assinep.
Porém, cobrou “atuação urgente” do Ministério da Educação (MEC) e do governo federal para resolver a questão.
Alexandre Retamal, presidente da Assinep, afirmou ao g1 que os servidores só estavam tomando essa atitude “como um alerta para a sociedade para não serem responsabilizados diante de tudo o que pode acontecer”.
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Ele ressaltou que, além do Enem, o Inep também cuida de sistemas que, por exemplo, estão ligados ao Censo da Educação Básica em 202. As informações do censo servem para a distribuição de recursos do Fundeb, que, segundo ele, está atrasada.
Demissões no Inep
Na sexta-feira (6), Eduardo Carvalho e Hélio Junio Rocha Morais, que ocupavam os cargos de coordenador-geral de exames para certificação e coordenador-geral de logística da aplicação, respectivamente, pediram demissão. Procurados pelo g1, eles não quiseram dar declarações públicas.
Em setembro, o então diretor de tecnologia responsável pela versão digital do exame, Daniel Miranda Pontes Rogério, solicitou exoneração de seu cargo. De acordo com o Inep, a decisão partiu de Rogério, que alegou “motivos pessoais”.
A Frente Parlamentar Mista da Educação, representada pelo professor Israel Batista (PV-DF), afirmou que vai protocolar na Comissão de Educação um requerimento para convocar o presidente do Inep para esclarecimentos. A entidade também deve enviar um pedido de informações para o Ministério da Educação (MEC) e Inep sobre o que tem ocorrido lá.
MEC e Inep não se manifestaram.