
O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou nesta terça-feira (13) sua projeção para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2020, mas defendeu o aumento progressivo de impostos sobre os mais ricos como uma forma de lidar com o crescimento do endividamento público. As informações são da Folha de S. Paulo.
De acordo com o organismo multilateral, o desempenho do PIB mundial terá uma queda de de 4,4%, ante recuo de 5,2% previsto em junho. Para 2021, o FMI projeta um crescimento de 5,2% da economia mundial, ligeiramente abaixo dos 5,4% esperados antes.
Na semana passada, o FMI já havia revisado sua projeção para o desempenho do PIB brasileiro, para uma queda de 5,8% em 2020, ante recuo de 9,1% esperado em junho. Para 2021, a estimativa agora é de um crescimento de 2,8% da economia brasileira, ante 3,6% anteriormente.
No entanto, o fundo alerta que, embora a economia global esteja se recuperando, a retomada deve ser longa, desigual e incerta. Por esse motivo, sugeriu que governos com elevado endividamento considerarem opções para aumentar receitas e diminuir gradualmente as despesas no médio prazo.
“Embora instituir novas medidas do lado da receita possa ser difícil, os governos devem considerar aumentar impostos progressivos sobre indivíduos mais afluentes e aqueles relativamente menos afetados pela crise (incluindo aumento de taxas para faixas de renda mais altas, propriedades de luxo, ganhos de capital, e fortunas), bem como mudanças na tributação corporativa para garantir que empresas paguem impostos proporcionais”, sugere o FMI.
Também foram sugeridas outras medidas como a redução de incentivos fiscais para empresas e instituir impostos sobre valor agregado onde ele ainda não existe – caso do Brasil, onde a criação de um IVA é tema da reforma tributária parada no Congresso.
FMI alerta sobre avanços na pobreza extrema
O fundo destaca ainda uma piora de projeções significativas para algumas economias emergentes e em desenvolvimento, onde casos de infecção pelo coronavírus estão crescendo rapidamente. Por esse motivo, o organismo multilateral alerta para avanços na pobreza extrema e na desigualdade.
“As perdas persistentes de produção implicam um grande revés para os padrões de vida, em relação ao que era esperado antes da pandemia. Não apenas a incidência de casos de pobreza extrema aumentou pela primeira vez em mais de duas décadas, mas a desigualdade deve crescer, porque a crise afetou desproporcionalmente mulheres, trabalhadores informais e aqueles com baixo nível de escolaridade”, afirma FMI.
Com informações da Folha de S. Paulo