
Arthur Weintraub, o ex-assessor especial da Presidência e irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, voltou a ser alvo de polêmica, desta vez já como integrante da Organização dos Estados Americanos (OEA).
No último dia 24 de setembro, o comitê de funcionários da instituição divulgou uma nota interna na qual repudia uma publicação feita pelo bolsonarista. Na postagem, Arthur comenta a resposta dada a um um companheiro latino, que falava a respeito da pandemia, seus efeitos e sobre a necessidade da população de adaptar-se a ‘um novo normal’: “Meus ovos na garganta de quem tiver inventado isso”.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, no conteúdo, a comissão classificou o comentário como “racista, homofóbica e vulgar e completamente fora de linha com os objetivos da Secretaria-Geral da OEA”.
“Consideramos que a mensagem é racista, homofóbica e vulgar e está completamente fora de linha com os objetivos da Secretaria-Geral da OEA”, diz a nota.
“Acreditamos que esta mensagem atrai uma atenção negativa não desejada para a organização e deprecia o nosso trabalho como servidores públicos internacionais para promover a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento integral no hemisfério”, prossegue o comunicado, ressaltando a existência de uma regra que proíbe explicitamente declarações à imprensa e outros meios de informação pública que fujam das atribuições.
O secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, também foi comunicado do ocorrido.
OEA alinhada à direita latina
Arthur Weintraub assumiu o cargo de secretário de Segurança Multidimensional do órgão há pouco mais de uma a semana, em um sinal de proximidade de Almagro – forte crítico do chavismo – com o governo de Jair Bolsonaro.
Sob a gestão do uruguaio, a OEA deixou de ser um organismo facilitador do diálogo pelo fim de crises institucionais e pró-defesa de direitos humanos para ganhar contorno de instituição política, que adota uma linha clara de defesa da direita na América Latina.
A ida de Arthur Weintraub para o órgão e a polêmica saída do brasileiro Paulo Abrão, então secretário-executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, tornou evidente a proximidade de Almagro com o atual governo brasileiro.
A decisão contra Abrão foi apoiada pelo Planalto, uma vez que o considerava de orientação ideológica à esquerda por ter trabalhado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff como secretário nacional de Justiça.
Weintraub, em sua própria defesa…
Neste domingo (27), Arthur voltou às redes para se defender e alertar que suas opiniões não representam aquelas “defendidas pela OEA”.
“Só para deixar claro que as coisas que falo aqui na internet não são ligadas necessariamente aos pontos de vista da OEA. E, como vocês podem ter notado, comento aquilo que não é sigiloso. O que for possível mostrar, estarei passando informações relevantes. Bom domingo a todos!”, escreveu.