por: Renata Noiar Postado em: 02/10/2020 - 16:52 Atualizado em: 02/10/2020 - 16:52
A mudança da sede da Fundação Palmares, anunciada nesta sexta-feira (2), pode ir além das questões econômica alegadas pelo presidente da Fundação, Sérgio Camargo. A Sede da Fundação Palmares dividiu durante anos o mesmo endereço no setor comercial Sul – setor tradicional da vida econômica da capital – com a sede do Partido dos Trabalhadores. O viés ideológico está entre os fatores que pesaram na mudança, quando se leva em conta a urgência e a inadequação do local escolhido para ser a nova sede da Fundação.
A Nova sede será em antigo prédio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que hoje funciona como uma espécie de almoxarifado, tomado por infiltrações e avarias. A mudança está prevista para ocorrer antes reparos, segundo matéria do Estado de São Paulo.
A situação precária do novo endereço pode colocar em risco o acervo histórico e cultural que a Palmares mantém e até mesmo de prestar serviços – o que provocou reações de servidores. Na atual sede há obras de arte, fotografias e documentos históricos como cartas de alforria de escravos, e trabalhos de artistas como Rubem Valentim e Mestre Didi.
A Nova sede será em um deposito da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que hoje funciona como uma espécie de almoxarifado, tomado por infiltrações e avarias. A mudança está prevista para ocorrer nos próximos dias, antes dos reparos. A situação precária do novo endereço pode colocar em risco o acervo histórico e cultural que a Palmares mantém reações de servidores e de integrantes do movimento negro.
Acervo em risco
A Palmares não informou o tratamento que dispensará ao material após a mudança. “Não se trata apenas de uma mudança de sede. Está imbuído um processo de desmonte da instituição, que foi conseguida a partir do esforço da comunidade negra e de todo o seu trabalho. O prédio para onde estão querendo levar é inapropriado para garantir a segurança do acervo da instituição”, disse o ogan Luiz Alves, coordenador do Foafro/DF e administrador do Projeto Onibodê.
O Presidente da Fundação, Sergio Camargo, que já se referiu ao movimento negro como “escória maldita”, admite a necessidade de reforma no novo endereço da Palmares, mas . Contudo com essa mudança sem planejamento, Camargo pode estar fazendo mais um movimento alinhando a sua ideologia anti movimento negro do que agindo em conformidade com a preservação da história e dos interesses da da luta por igualdade racial no Brasil.
Com informações do Estadão
