
Foto: Isac Nóbrega/PR
O general Joaquim Silva e Luna, indicado por Jair Bolsonaro para presidir a Petrobras no lugar de Roberto Castello Branco, afirmou neste sábado (20) que a empresa tem que enxergar as questões sociais. No entanto, disse que pretende “ouvir muito” o ministro Paulo Guedes.
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Em entrevista ao Valor Econômico, ele negou que Bolsonaro tenha pedido mudanças na política de preços da empresa, o que não condiz com as falas do presidente que afirmou a apoiadores que vai “meter o dedo na energia elétrica”, ao chegar ao Palácio da Alvorada ontem. Nos últimos dias, o mandatário fez duras críticas à política de preços da adotada pela Petrobras e afirmou que os aumentos foram excessivos.
Silva e Luna acompanhou de perto a greve dos caminhoneiros que paralisou o país em 2018 quando era ministro da Defesa no governo de Michel Temer. Ele disse que dois fatores da equação que envolve o preço dos combustíveis – valorização do câmbio e do petróleo – têm impacto social.
Segundo o general, no entanto, “política liberal, estatal, são carimbos que se perdem quando você toca para entregar o melhor resultado possível. Liberal, ou não, é um carimbo a ser superado pelos fatos”. Caso seja confirmado no cargo, ele pretende estreitar a relação com Paulo Guedes.
“Se eu for confirmado, é uma das primeiras autoridades com que vou fazer contato, vou conversar bastante com ele, e ouvi-lo, eu tenho capacidade de ouvir e aprender com todo mundo”.
Silva e Luna também nega que tenha sido escolhido pela patente militar. “Essa escolha pelo presidente não teve nada a ver com eu ser general, assim como minha indicação para Itaipu: o presidente se baseou em currículo e capacidade de gestão, minha experiência acumula muita informação”, diz o general sobre governo com 6.157 militares da ativa e da reserva em cargos civis.
Embora tenha afirmado que estaria sendo “invasivo” e “ilegítimo” se opinasse sobre os rumos da Petrobras, o general ressaltou não temer o “gigantismo do desafio” e assegurou estar pronto para encará-lo. “É um grande desafio pela conjuntura do momento… Talvez o maior da minha vida”, disse. “Não me sinto confortável, mas me sinto seguro.”
Com informações do Valor Econômico