Na reta final para o acerto das regras do leilão do 5G, previsto para junho de 2021, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ainda não se posicionou sobre o possível banimento da HuaweI. As informações são da Folha de S. Paulo.
A esperança das operadoras é que a derrota de Donald Trump para o democrata Joe Biden enfraqueça o clima hostil da ala ideológica do governo que resiste à fabricante chinesa. Grupo é liderado pelo Ministério das Relações Exteriores e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Em meio as discussões sobre o 5G, assessores do Planalto avaliam a necessidade de substituição do chanceler Ernesto Araújo. O ministro ficou marcado por sua defesa ferrenha da parceria estratégica com Trump e ao desgaste com a China.
Um dos nomes cogitados para sua substituição é o da embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo. Conhecida como Lelé, ela é casada com Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Assessores presidenciais consideram que Lelé conseguiria refazer as pontes com Biden.
No Congresso, a posição de líderes partidários é a de que o Brasil não deveria comprar uma “briga de cachorros grandes”. Os chineses da Huawei conseguiram convencer deputados e senadores a criar comissões para buscar saídas legislativas caso Bolsonaro decida pelo banimento.
Na reunião com o ministro Fábio Faria (Comunicações), ocorrida no início de dezembro, as teles afirmaram ter fechado acordo de que a solução para o 5G será dada “pelo viés técnico e econômico, considerando tanto os requisitos de segurança associados às soluções quanto todos os aspectos de custos relativos à implantação da tecnologia e sua conexão com a infraestrutura já existente nas redes das operadoras”.
Teles defendem a participação da Huawei
As teles defendem a participação da Huawei porque precisam proteger o legado de suas redes, construídas ao longo de duas décadas.
A fabricante chinesa domina as redes da Nextel (adquirida pela Claro) e da Sercomtel; está presente em 65% da rede da Vivo; 60% na Oi; 55% na Claro; e 45% na TIM.
Elas querem usar essa rede e as frequências que já têm para oferecer o 5G por meio de atualização de softwares enquanto constroem novas redes.
Com o banimento, isso não só não será possível como elas teriam de trocar os equipamentos da Huawei já instalados por outros dos concorrentes. Essa operação levaria ao menos quatro anos e elevaria os custos do 5G para os consumidores.
A única saída seria uma indenização a ser paga pela União, que, estima-se, seria da ordem de R$ 80 bilhões.
Com informações da Folha de S. Paulo
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