
Hortas urbanas de alimentos orgânicos já estão sendo usadas na merenda escolar de alguma escolas em São Paulo. Duas instituições de ensino na zona leste passaram a produzir parte dos alimentos usados no lanche. A Escola Municipal de Educação Fundamental Achilles de Oliveira Ribeiro e a Escola Estadual Professor Alfredo Ashcar, que atendem 1.700 crianças, agora contam com hortas urbanas de alimentos orgânicos. A iniciativa está sendo viabilizada pela ONG Cidade Sem Fome e pelo aplicativo de entregas iFood.
O objetivo do projeto é promover o cultivo de alimentos orgânicos nas cidades, prática de agricultura sustentável que tem um duplo benefício: consumo local e geração de renda. “Elas ocupam pouco espaço e produzem em larga escala”, afirma João Barreto, diretor de planejamento e sustentabilidade da companhia. “Também viabilizam a venda direta do produtor ao consumidor e que as crianças aprendam sobre agricultura sustentável.”
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As duas hortas em São Paulo são parte de um projeto piloto, que a empresa pretende estender para outros estados. No Rio de Janeiro, foi instalada uma horta na sede da ONG Ação da Cidadania, no Morro da Providência. Ela será destinada à produção de alimentos para a comunidade e também servirá de horta-escola.
Telhados podem abrigar hortas urbanas
Em outra frente, o iFood firmou uma terceira parceria com a foodtech Begreen para instalar uma horta no prédio da companhia, em Osasco, na Grande São Paulo. A plantação ocupa uma área de 950 m2, no sétimo andar do edifício.
A fazenda urbana produzirá 1,7 tonelada de hortaliças, frutos e legumes orgânicos, produção que será doada a cerca de 3.000 famílias cadastradas no Banco de Alimentos de Osasco. A primeira colheita está marcada para esta semana.
Um sistema de climatização digital permite fazer o controle remoto das condições de temperatura e umidade na estufa. A iluminação das bancadas foi projetada em parceria com a empresa de energia AES Tietê e o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM Brasil). O cultivo é feito por meio da hidroponia, no qual as raízes se desenvolvem na água. Para economizar espaço, a horta é disposta na posição vertical.
Autorreforma e as Cidades Criativas
Podemos dizer que as hortas urbanas fazem parte das soluções que caracterizam projetos de uma cidade criativa. O eixo temático IV do livro 5 da Autorreforma prevê políticas sociais e cidades criativas no Brasil. Segundo as teses, as Políticas Sociais são destinadas a garantir o acesso universal e a permanência da população em serviços providos pelo Estado, visando ao bem-estar, à dignidade e à coesão social, provendo os bens e serviços necessários à garantia de vida plena e digna de todos os cidadãos. Segundo os socialistas, a revolução brasileira do século XXI precisa corresponder ao desenvolvimento dos direitos já conquistados e de novos para o povo brasileiro.
“O direito à cidade precisa ser traduzido em planejamento que conduza a uma reforma urbana criativa, sustentável e igualitária, na era do conhecimento. Nesse sentido, é atualíssima a definição de Celso Furtado para quem “o desenvolvimento é a capacidade de criar soluções originais para os problemas de uma sociedade.”
Autorreforma PSB
Os socialistas defendem que, no Brasil, o primeiro desafio de uma cidade criativa é enfrentar a brutal desigualdade social. Assim, uma cidade criativa não é necessariamente aquela onde predominam as atividades da Economia Criativa, mas a que é capaz de buscar, através da inovação, da criatividade e do talento, as soluções para sua prosperidade econômica, a sua coesão social e o bem-estar dos seus cidadãos.
Com informações da Exame