
Os ataques da Rússia contra a Ucrânia seguiram de forma violenta neste domingo (27), o quarto dia de invasão. Os dois países aceitaram negociar após o presidente russo, Vladimir Putin, determinar que o comando militar colocasse armas nucleares em alerta grave. A ONU vai se reunir nesta segunda-feira (28) e pode retirar o poder de veto da Rússia.
O objetivo dessa sessão da Assembleia Geral é “que os 193 membros da ONU se posicionem” sobre a guerra que eclodiu devido à invasão russa da Ucrânia e sobre “a violação da Carta das Nações Unidas”, disse à agência AFP um diplomata, que pediu para não ser identificado.
“Como vocês podem ver, países do Ocidente não só tomam medidas não amistosas contra nós na dimensão econômica —eu me refiro às sanções que todos conhecem bem e também aos principais dirigentes que lideram a Otan que se permitem fazer declarações agressivas em relação ao nosso país”, afirmou Putin na TV estatal.
O governo dos Estados Unidos reagiu à ordem e afirmou que a Rússia nunca esteve sob ameaça da Otan.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, afirmou à AFP que a “mera ideia de um conflito nuclear é impossível” na Europa.
A movimentação político-diplomática da ONU é uma represália após a resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada justamente por causa do voto contra dado pelo Rússia.
Mortos durante os ataques russos
O Ministério da Defesa ucraniano afirma que 4,3 mil soldados russos foram mortos durante a invasão. Afirma ter derrubado 46 aviões de guerra, 26 helicópteros, 146 tanques, mais de 700 veículos blindados e 49 canhões.
A Rússia, que prendeu mais de 2 mil pessoas por protestarem contra os ataques, afirma que mortes de ucranianos foram maiores.
Desde o início da invasão, mais de 5,5 mil pessoas foram presas no país por se oporem aos conflitos.
Rússia na 2ª maior cidade da Ucrânia
Forças russas entraram neste domingo, quarto dia da invasão, em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. Teve início uma batalha nas suas ruas após uma noite de intensos combates.
Autoridades ucranianas confirmaram uma “incursão” de tropas russas no centro da cidade que tem 1,4 milhões de habitantes, localizada a nordeste de Kiev. “Houve uma incursão de veículos leves do inimigo russo na cidade, inclusive na parte central”, disse Oleg Sinegubov, responsável pela administração regional. “As forças armadas ucranianas estão eliminando o inimigo”, acrescentou.
Capital da Ucrânia cercada
Mais tarde, o prefeito da capital ucraniana, Kiev, Vitali Klitschko, disse que a Ucrânia estava cercada e que não seria possível retirar os civis porque todos os caminhos estão bloqueados.
“Estamos à beira de uma catástrofe humanitária”, disse ele à Associated Press neste domingo. “Neste momento, temos eletricidade, agora temos água e aquecimento em nossas casas. Mas a infraestrutura está destruída para entregar os alimentos e medicamentos”.
A agência Reuters divulgou que imagens de satélite mostram a movimentação de tropas russas rumo a Kiev. O comboio tem cerca de 5 quilômetros e leva combustível e tanques de guerra.
A União Europeia afirmou que a invasão provoca o deslocamento de mais de 7 milhões de pessoas que tentam fugir da Ucrânia.
“Estamos testemunhando o que pode se tornar a maior crise humanitária no continente europeu em muitos anos”, ressaltou ) o comissário europeu para Gestão de Crises, Janez Lenarcic.
Guerra financeira
Em outra frente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a Rússia será excluída do Swift, principal sistema de transações financeiras internacionais.
A medida é a mais dura sanção já aplicada contra a Rússia desde que o país governado por Vladimir Putin passou a atacar militarmente a Ucrânia.
Swift é a sigla de Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication, em inglês) e permite transferências de recursos financeiros entre países de maneira rápida e segura.
“Primeiro, nos comprometemos a garantir que os bancos russos selecionados sejam removidos do sistema de mensagens Swift. Isso garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e prejudiquem sua capacidade de operar globalmente”, diz comunicado conjunto dos países que tomaram a decisão.
Com informações do g1