O uso político do holocausto foi duramente criticado pela embaixada e associação judaica
A embaixada de Israel no Brasil repudiou em nota o uso do holocausto como parte de discursos políticos, pois “banaliza a memória do povo judeu”. O desagravo ocorreu após o ministro da Educação, Abraham Weintraub, comparar em mais de uma publicação no Twitter a operação da Polícia Federal contra fake news ao nazismo.
“Houve um aumento da frequência de uso do holocausto no discurso público, que de forma não intencional banaliza sua memória e a tragédia do povo judeu. Pela amizade forte de 72 anos entre nossos países, pedimos que a questão do holocausto fique à margem da política e ideologias”, afirmou a embaixada sem citar Weintraub.
Na postagem, Weintraub diz que a operação da PF é uma versão brasileira da Noite dos Cristais (1938), fato histórico que marca o endurecimento e perseguição ao povo judeu pelo regime nazista, registra o Estadão.
O cônsul geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, criticou as declarações de Weintraub. Ele afirmou que o holocausto jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo.
O Comitê Judaico Americano, uma das principais organizações da comunidade judaica nos Estados Unidos, pediu um basta no uso político do holocausto por autoridades do governo Jair Bolsonaro.
“Chega! O reiterado uso político de termos referentes ao Holocausto por oficiais do governo brasileiro é profundamente ofensivo para a comunidade judaica e insulta as vítimas e os sobreviventes do terror nazista. Isso precisa parar imediatamente”, disse a associação no Twitter.
Após repúdio de Israel, em mensagem no Twitter, Weintraub afirmou ter direito de falar do holocausto porque tem avós, brasileiros, sobreviventes de campos de concentração nazistas.
Com informações do Estadão.