
Parlamentares da Oposição na Câmara, liderados pelo PSB, se reuniram com a presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, para solicitar a realização de auditoria permanente de acompanhamento e gestão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O objetivo é colocar fim ao desmonte do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), promovido pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido).
O Inep, vinculado ao Ministério da Educação (MEC), é o responsável pela realização do Enem.
Os parlamentares também querem o afastamento do presidente do Inep, Danilo Dupas e acionaram o Ministério Público do Trabalho (MPT) por conta de denúncias de assédio moral no órgão. Além disso, querem que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, explique por que “o Enem começa a ter a cara do governo”, conforme afirmação de Bolsonaro.
O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), ressalta que o Enem “é um exame técnico, respeitado e que está acima de ideologias”.
O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), afirma que o afastamento de Dupas é fundamental.
Freixo ressaltou ainda que “não cabe a nenhum exame educacional ter a cara de nenhum governo seja qual for. Não pode um governo dizer que temas ser tratado ou não”. E completou:
O líder do PSB na Câmara, deputado Danilo Cabral (PE), disse que a ministra se mostrou sensível aos problemas denunciados pela Oposição. Cabral destacou que essa não é a primeira crise no órgão sob o governo Jair Bolsonaro.
“Entendemos que ele [Dupas] é o centro da crise no órgão. Os 37 servidores que pediram afastamento denunciam uma ineficiência técnica, ingerência político-ideológica na formulação do Enem, há risco de vazamento da prova e até da logística da prova. Para garantir a realização [do exame], precisamos afastar o presidente [do Inep]”, afirmou o socialista.
Apenas na segunda-feira (8), mais de 30 servidores pediram exoneração do Inep. As saídas foram decorrentes de assédio moral, fragilidade técnica e falta de gestão do Inep. No final de semana, a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que as provas terão “a cara do governo” ampliaram as suspeitas de interferência na prova.
O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) destaca que a declaração de Bolsonaro é uma confissão de interferência no Enem.
Nesta quarta-feira (17), o pedido de convocação de Milton Ribeiro será analisado pela Comissão de Educação da Câmara.
Na última semana, Danilo Dupas esteve na Câmara. Ele negou as acusações de assédio moral e alegou que estava “tudo certo” com a realização do Enem, mesmo com a debandada de servidores do órgão e as graves acusações em torno do certame.
As provas serão realizadas nos dias 21 e 28 de novembro.
Com informações do Metrópoles e g1