Líderes em seus territórios, dezoito mulheres quilombolas lançam o livro “Mulheres Quilombolas: territórios de existências negras femininas“, trazendo para o debate temas pouco divulgados e discutidos na mídia como o ambiente, a educação e a mobilização nas comunidades quilombolas.
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Maioria em seus territórios, lideranças nas organizações comunitárias e guardiãs dos saberes tradicionais, as mulheres quilombolas são, no entanto, quem sofrem o racismo estrutural de forma ainda mais dura em comparação aos homens.
Pela primeira vez, as vozes delas estão reunidas no livro “Mulheres Quilombolas: Territórios de existências negras femininas” (editora Jandaíra), organizado por Selma dos Santos Dealdina, pelo Selo Sueli Carneiro, coordenado pela filósofa Djamila Ribeiro.
A publicação confirma a ideia de que, quando uma mulher negra se movimenta, toda a sociedade se movimenta. O selo que homenageia Sueli Carneiro tem a coordenação de Djamila, que, por sua vez, convidou Selma, que convocou outras mulheres quilombolas.
“Sueli é um referencial na luta das mulheres negras, um baluarte para nós”, diz Selma.
A apresentação é feita pela professora e pesquisadora Nilma Lino Gomes e a orelha é assinada pela jornalista Flávia Oliveira, duas mulheres que nasceram em territórios quilombolas. Nilma é professora universitária, foi a primeira reitora negra brasileira e ministra da Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Flávia Oliveira assina coluna no jornal O Globo.
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O convite para a produção do livro foi feito em 2017 por Djamila e, de imediato, Selma externou o desejo de que fosse uma obra coletiva. “Aceito com a condição de convidar outras mulheres negras”, disse. A publicação reflete a produção intelectual dessas mulheres. Muitas delas conquistaram lugares nas universidades:
“Não tem possibilidade de falar da luta das mulheres sem citar a vitória na academia, mas também dos desafios, como o enfrentamento da violência doméstica”.
Selma dos Santos Dealdina é do quilombo Angelim III, Território do Sapê do Norte, no Espírito Santo. Sua obra aborda diferentes eixos temáticos, dos processos de regulamentação fundiária à educação, passando pela mobilização nas comunidades e pelo ambiente.
As mulheres quilombolas têm papel fundamental na produção agrícola em seus territórios e, por meio delas, as práticas agroecológicas são repassadas por gerações.
O lançamento será no dia 24, mas a obra já está disponível na pré-venda.
Mulheres quilombolas: Territórios de existências negras femininas
Lançamento: 24 de outubro
Organizadora: Selma dos Santos Dealdina
Autoras: Amária Campos de Sousa, Ana Carolina Araújo Fernandes, Ana Cleide da Cruz Vasconcelos, Andreia Nazareno dos Santos, Carlídia Pereira de Almeida, Dalila Reis Martins, Débora Gomes Lima, Gessiane Nazário, Givânia Maria da Silva, Maria Aparecida Mendes, Maria Aparecida Ribeiro de Sousa, Mônica Moraes Borges, Nilce de Pontes Pereira dos Santos, Rejane Maria de Oliveira, Sandra Maria da Silva Andrade, Selma dos Santos Dealdina, Valéria Pôrto dos Santos, Vercilene Francisco Dias
Páginas: 168
Selo: Sueli Carneiro
Preço: R$ 48
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