
Nesta quinta-feira (18), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), confirmou a Jair Bolsonaro (sem partido) que a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) deverá ser mantida pelo Plenário da Casa. A informação foi divulgada na coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
A prisão de Silveira foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes na noite da última terça-feira (16) e referendada na tarde da quarta (17) por unanimidade pelo plenário da Corte. Daniel foi preso por fazer diversas ofensas a magistrados, além de ameaçá-los e defender a ditadura militar em um vídeo. A Câmara, no entanto, tem a palavra final sobre o assunto.
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Reunidos para debater pautas do governo, havia uma preocupação, por parte da equipe do presidente, de que a crise gerada com a prisão de Daniel Silveira paralisasse o andamento de projetos considerados prioritários pelo Executivo, como a PEC emergencial, a aprovação do orçamento e a reforma administrativa. Na visão do governo, o país não pode parar por causa de um vídeo de 19 minutos feito por um deputado federal.
Crise entre Poderes mudou clima na Câmara
Segundo informações colhidas pela coluna, Lira disse ao presidente que o sentimento no Parlamento é de que a prisão deve ser mantida. Assim que ela foi decretada por Moraes, na quarta (17), o sentimento era outro. Parlamentares se mostravam inconformados com a prisão do colega e se mostravam dispostos a derrubá-la. Uma votação nesse sentido, no entanto, acabaria abrindo uma crise com o STF.
Depois que os 11 ministros da Corte referendaram a prisão decretada por Moraes, no entanto, o clima mudou. Um grupo grande de parlamentares passou a considerar que não valeria a pena confrontar uma decisão unânime do Supremo para defender um parlamentar que fez ataques à Corte e à democracia com os quais eles não concordam.
O sentimento, na manhã desta quinta (18), portanto, é o de que a prisão será mantida pelo plenário da Câmara. Caberá ao STF relaxar a medida, quando entender pertinente.
Daniel Silveira também poderá ser punido no parlamento. A mesa diretora da Câmara dos Deputados reativou o Conselho de Ética e representou contra o deputado junto ao colegiado.
Depois da conversa com Bolsonaro, Lira se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).