A pedido do pré-candidato a presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PT) iniciou uma aproximação com o ex-presidente Michel Temer (MDB).
Alckmin procurou Temer para desfazer o mal-estar provocado por críticas à reforma trabalhista e por declarações de políticos do PT que se referem ao emedebista como “golpista”.
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A conversa serviu para Alckmin mostrar que a campanha de Lula pretende manter uma boa relação com o emedebista.
O ex-deputado Gabriel Chalita e o marqueteiro Elsinho Mouco participaram da conversa, que ocorreu no escritório de Temer, em São Paulo, na última sexta-feira (24).
Temer é apoiador da pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à presidência, mas teceu elogios a Alckmin por aceitar ser vice de Lula. Disse, ainda, está aberto ao diálogo.
Temer disse que o ex-governador dará um “equilíbrio” à chapa com Lula. Entre as pautas da conversa estava as críticas que o PT teceu à reforma trabalhista, aprovada em 2017 no governo de Michel Temer.
A mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é uma das marcas do governo do MDB. Após a polêmica, o PT excluiu o verbo “revogar” do capítulo das prévias do programa de governo da chapa. O termo foi substituído pelo termo “revisão”.
Apesar do diálogo iniciado com Alckmin, Temer ainda não tem encontro marcado com Lula. Desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, Lula e o emedebista não se falam.
Publicamente, Lula já mandou alguns recados. “Eu não faço política parado no tempo e no espaço. Faço política vivendo o momento que estou vivendo”, disse.
Temer teria, ainda, revelado a Alckmin que se sente incomodado por ser chamado de “golpista” por aliados de Dilma e Lula. Alckmin disse que o ataque não representa a opinião de Lula e que o petista tem “consideração” por Temer.