Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.
Jorge Furtado, 1989.
A humanidade está em transição
De repente, fomos todos transformados por uma revolução. Povos e civilizações do mundo inteiro estão enfrentando novos desafios e participam de mudanças e transformações significativas, as quais têm aumentado nossas incertezas sobre o futuro. Agora, somos oficialmente habitantes da primeira civilização em rede.
Ao mesmo tempo, as consequências do modelo econômico, político e social instalado ao longo do século passado, dão sinais claros de decadência, através de crises cada vez mais frequentes. Tomados por um misto de euforia e ansiedade, sentimos frequentemente o forte impacto das mudanças culturais, econômicas e sociais provocadas por intensas e seguidas disrupções que, com uma velocidade exponencial, desafiam qualquer tentativa de definição sobre nosso futuro.
O século XXI demandará um novo olhar sobre a relação do homem com a natureza, além de novas formas de conduzir a economia e o desenvolvimento humano. De uma só vez, presenciamos o fim de estruturas de poder baseadas em fronteiras territoriais, a transgressão dos padrões culturais considerados tradicionais, o derretimento de modelos de negócios seculares, enquanto movimentos ativistas e inspiradores de tecnologia, criatividade e inovação se constituem organicamente para provocar transformações, ressignificar valores e empreender novas referências culturais, econômicas e sociais para as próximas gerações.
Diante deste contexto que define as bases sobre o futuro, acreditamos que o presente precisa ser vivido para a criação de novas formas de pensar e agir sobre as mais diversas áreas da existência humana. É nesse ecossistema de reinvenções que nos confrontamos com uma nova era baseada na incerteza, na instabilidade e na transição permanente. Fomos avisados. Sabíamos que os recursos naturais eram escassos, que as mudanças climáticas viriam e que a população alcançaria números desafiadores na metade do século XXI.
Assim, conceitos como sustentabilidade, colaboração e inovação transformam-se em diretriz para um novo desenvolvimento. E a criatividade é a essência dessa nova era. Mesmo tendo contato com esse enorme desafio, sabemos que nem sempre é possível encontrar respostas rápidas para todos os problemas.
Sabemos também que, apesar na urgência de mudança, a resistência humana em mudar comportamentos cristalizados, por seu enraizamento histórico e cultural e impedem a transformação e exaltam o conservadorismo.
Por isso, para evitar que o medo se sobreponha à liberdade, para acelerar as conexões e produzir as transformações na velocidade necessária, precisamos criar e ampliar oportunidades. Se formos guiados pela criatividade, seremos capazes de superar os desafios mais complexos impostos às mais diversas indústrias e segmentos da sociedade.
A criatividade “é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva.” Trata-se da capacidade humana de “manipular símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio” como um “processo que resulta em um resultado novo, aceito como útil e/ou satisfatório por um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo.”
Nesse contexto que vivemos, portanto, nada mais importante do que tornar-se sensível a problemas, deficiências, lacunas do conhecimento e da realidade, identificar as dificuldades, buscar soluções, formulando hipóteses a respeito das deficiências e lutar para garantir o desenvolvimento do potencial criativo humano
Acreditamos que o reconhecimento das potencialidades criativas como uma capacidade de todos os seres humanos em diversas áreas ajudarão a expandir o número de soluções para os problemas atuais, além de estimular a criação de novos empreendimentos nos mais diversos setores.
Tendo em mente a Resolução 71/284 de 27 de abril de 2017 da Assembleia Geral das Nações Unidas, incluindo os propósitos e princípios nela contidos, e que designa o 21 de abril como Dia Mundial da Criatividade e Inovação.
Convidamos todas as pessoas, organizações da sociedade civil, empresas, órgãos internacionais e regionais, incluindo organizações não governamentais para celebrar o Dia Mundial da Criatividade e Inovação no Brasil de forma adequada e abrangente a fim de aumentar a conscientização sobre o papel da criatividade e da inovação na solução de problemas – e, por extensão, no desenvolvimento econômico, social e sustentável.
Lucas Foster é psicólogo e consultor em criatividade, economia criativa e desenvolvimento. Fundador e Diretor Executivo do ProjectHub, primeira rede internacional de Empreendedores da Economia Criativa estabelecida no Brasil, representa oficialmente a BOP Consulting, criada por John Howkins, para a América Latina e é parceira da Endeavor, uma organização internacional de incentivo ao empreendedorismo, ações a Economia Criativa.
Saiba mais em www.ideafixa.com.